Entrevista que Kajuru fez com Bruno custou R$ 150 mil; defesa do ex-goleiro divulga nota

Segundo Kajuru, o dinheiro vai para Ércio Quaresma, ex-defensor do goleiro

Entrevista com Bruno na cadeia | Divulgação
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A entrevista que o jornalista Jorge Kajuru, 50, fez com o goleiro Bruno ocorreu em dezembro e vai custar R$ 150 mil. Ainda não se sabe quem vai pagar a conta, mas esse dinheiro terá de ser depositado na conta do ex-advogado de Bruno, Ércio Quaresma, para que a entrevista vá ao ar, disse o jornalista. "Eu não vou receber nada, esse dinheiro tem de ser pago ao ex-advogado dele, com quem a gente assinou acordo". A informação foi negada por Quaresma.

A defesa atual do goleiro Bruno divulgou nota na tarde de hoje, na qual afirma que " Sr. Jorge Kajuru não tem autorização judicial e tampouco o consentimento dos advogados de Bruno para entrevistá-lo. Portanto, isso não ocorrerá". Assinam a nota Claudio Dalledone, Patrick Berriel e Luís Gustavo Trotta. Aparentemente, a nota foi feita antes que os advogados soubessem que seu cliente já havia dado a entrevista, antes que assumissem o caso (veja íntegra do comunicado mais abaixo).

Segundo Kajuru, o dinheiro vai para Ércio Quaresma, ex-defensor do goleiro. Ele não foi localizado até a publicação desta coluna. No final de 2010, Quaresma foi flagrado em vídeo fumando crack, acabou admitindo o vício e foi destituído do caso pela família do jogador. A destituição oficial, no entanto, ocorreu somente em meados de janeiro.

Ele se justificou dizendo que tinha de cumprir um acordo assinado em cartório com Quaresma.

"Eu estava proibido de dizer até se essa entrevista existia, sob risco de ter de pagar multa de R$ 1,5 milhão. Fui pego de surpresa, (você) sabia da fita, e eu fiquei nervoso. Mas agora posso revelar que ela ocorreu em dia 2 de dezembro em Contagem, Minas Gerais, onde Bruno estava e ainda está preso", afirmou.

"Nem a namorada ou atual advogado de Bruno sabem da existência dessa entrevista", disse Kajuru a respeito das declarações de que "não há entrevista" ou que ela é "mentira". "Eles não podem saber porque não estavam no caso ainda."

É a primeira e única entrevista oficial dada por Bruno desde a morte de Elisa Samúdio, no ano passado. Bruno e companheiros são acusados pelo assassinato de Elisa, com quem tem um filho. O corpo de Elisa jamais foi achado.

Além da Esporte Interativo, Kajuru também tem contrato com afiliadas do SBT, que tentou obter o material, sem sucesso. Contratualmente, Kajuru não é obrigado a cedê-lo à TV de Silvio Santos. "Veja bem, eu passei para o Datena, e não para a Band (onde já trabalhou)", disse o comentarista, cuja imagem é representada pela EI.

VEJA A ÍNTEGRA DA NOTA DOS ADVOGADOS DE BRUNO

Diante da notícia amplamente divulgada nesta terça-feira, 20 de setembro de 2011, de que o SBT, estaria prestes a exibir uma entrevista do goleiro Bruno concedida ao jornalista Jorge Kajuru, temos á esclarecer que: o sr. Jorge Kajuru não tem autorização judicial e tampouco o consentimento dos advogados de Bruno para entrevistá-lo. Portanto, isso não ocorrerá. Bruno quer sim ser ouvido pelo "Tribunal da Imprensa" e isso vai acontecer mais cedo ou mais tarde, no entanto, a prioridade é trabalhar na defesa de nosso cliente. Em maio deste ano, pleiteamos um Habeas Corpus junto ao Superior Tribunal de Justiça, no sentido de Bruno Fernando das Dores aguardar o julgamento em liberdade. Esse recurso ainda não foi julgado, mas nossa expectativa é de que isso aconteça brevemente e que a decisão seja positiva. Na semana passada, também recorremos junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais, contra a decisão de pronuncia mantida pela 4.ª Câmara Criminal do TJMG. No julgamento do recurso, ocorrido no início de agosto, os desembargadores reconheceram que houve excesso de linguagem na sentença proferida pelo juíza Marixa Fabiane, no entanto, mantiveram a íntegra da decisão. Pela contradição, decidimos protocolar um Embargo de Declaração, para que alguns termos sejam excluídos da decisão.

O CASO ELISA SAMÚDIO

Elisa Samúdio foi morta provavelmente um ano atrás, depois de sumir de um hotel no Rio, para onde tinha viajado com o filho --cujo pai era Bruno. O jogador não aceitava a paternidade da criança. Durante as investigações do rumoroso caso, a polícia obteve denúncias de que Elisa fora espancada no sítio do jogador, no período do desaparecimento.

Um primo do goleiro, então menor, e o amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, foram apontados como executores do crime. A defesa deles nega. Elisa era modelo e chegou a fazer filmes pornôs. Seu corpo jamais foi encontrado.

Em julho passado, a polícia indiciou o goleiro Bruno e outros suspeitos foram indiciados por homicídio, sequestro, formação de quadrilha, corrupção de menores, cárcere privado e ocultação de cadáver.

Outro acusado, Marcos A. dos Santos foi acusado por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e formação de quadrilha. Outros escaparam da acusação de assassinato, mas foi mantida a de cárcere e formação de quadrilha.

Questionado pela coluna a respeito de sua impressão sobre Bruno, após a entrevista, Kajuru afirmou que, embora tenha "dúvidas sobre quem cometeu o crime", ele acredita "que Bruno não participou do assassinato".

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