Empresários gastam até R$ 15 mil por mês em segurança em Teresina

O índice de assaltos tem crescido tanto que os empresários estão tendo que investir quantias vultosas em segurança privada

construção civil | Victor Gabriel
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A insegurança toma conta do ramo da construção civil em Teresina; os constantes roubos a canteiros de obras impõem o medo e colocam em risco a vida dos trabalhadores. Além do prejuízo financeiro, que em alguns casos chega a superar R$ 50 mil, ficam os danos morais. O principal alvo são os fios de cobre, tendo em vista que o valor do quilo chega a custar R$ 12; no último mês em apenas um empreendimento cerca de 500 peças do metal foram levadas durante a noite, com a intensificação dos registros a única solução é investir em serviços particulares de segurança, o que gera mais gastos ao setor, encarecendo a receita final.

Segundo o presidente do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil em Teresina), André Baía, o sentimento é de impotência diante da nova prática, o que tem ocasionado problemas rotineiros. “Nós temos receio como toda a sociedade, já que a violência é um problema crônico e começa a tomar contornos trágicos”, delimita. A situação se agrava de tal maneira que nem mesmo a contratação de empresas de vigilância tem resolvido. “Em alguns casos tinham obras com seguranças armados e os bandidos chegaram os renderam, prenderam e realizaram o delito”, revela.

A atuação ríspida e violenta, faz com que a preocupação maior seja em torno da preservação da vida. “Por obra, os gastos com segurança chegam a superar R$ 15 mil mensais, isso porque muitas vezes só um profissional não adianta, devem ser vários. Vivemos atualmente um terror, é sério, tratamos de uma questão de risco ”, sintetiza Baia. O pedido se dirige para uma maior fiscalização e comprometimento dos órgãos públicos no processo de inibição desses atos. “Os fios de cobre são muito buscados, por exemplo, porque são fáceis de vender no mercado paralelo, poucos buscam saber de onde vêm; eu fico imaginando as esferas mais pobres da sociedade, o quanto sofrem com a violência, então, o que queremos é uma atitude”, diz.
A problemática também seria impulsionada pela difusão dos entorpecentes. “Sabemos que as drogas também impulsionam crimes do tipo, portanto, temos que fazer uma reflexão, a sociedade deve agir como um todo”, finaliza o presidente do Sinduscon.

Polícia suspeita de quadrilha

Após a identificação de seis casos parecidos, principalmente na zona Leste da capital, o 11º Distrito Policial passou a desconfiar que uma quadrilha esteja atuando nos roubos a canteiros de obras. Segundo o chefe de investigação Fernandão, que atua na área, cerca de 11 homens teriam participado das ações, nas quais teriam causado prejuízo similar ou superior a R$ 50 mil a cada empreendimento violado.

Um dos registros mais graves ocorreu há cerca de duas semanas, na Avenida Zequinha Freire, onde homens fortemente armados invadiram a obra e levaram diversos materiais. Na ocasião, o vigilante foi rendido e amarrado na cadeira durante três horas. A polícia trabalha nas investigações com o intuito de identificar os delinquentes, tal como os receptadores dos produtos furtados.

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