Acusado de agredir a ex-namorada, o empresário baiano Christiano Mascarenhas Rangel foi condenado a quatro anos de prisão pelo crime de lesão corporal e mais cinco meses pelo de ameaça, em decisão proferida pela juíza Márcia Lisboa, da Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, no dia 18 deste mês. A agressão foi registrada à polícia pela vítima em janeiro de 2013.
Rangel tem prisão preventiva decretada há mais de um ano e é considerado foragido da Justiça.
A magistrada destacou na sentença que a pena foi agravada pela Lei Maria da Penha, e deve ser cumprida em regime semiaberto. A denúncia do caso foi feita pela promotora de Justiça Luciana André Meirelles.
Na denúncia, a Promotoria informa que o acusado chegou a puxar os cabelos da ex-namorada, arremessando-a na parede e a derrubando no chão. Depois, esmurrou o rosto da namorada "por diversas vezes".
O empresário chegou a dizer que iria matar a vítima, segundo informações da Promotoria. "Após dizer várias vezes que iria matá-la, arremessou-a contra o criado mudo, continuando com as agressões, sofrendo a vítima muitas pancadas na cabeça?, aponta a denúncia. A situação fez com que a jovem desmaiasse, sendo acordada por ele em seguida, quando teria ouvido que ela tinha caído. Levada ao médico por uma prima, o profissional constatou que a situação tinha sido decorrente de agressão.
O caso
A amazona Aída Nunes, que tinha 30 anos à época da agressão, acusou o empresário e ex-namorado dela de agressão física. Ela diz ter sido agredida na madrugada do dia 12 de janeiro de 2013, na casa do empresário, no bairro da Barra, orla de Salvador. A defesa do empresário negou as acusações.
"Eu sofri tentativa de homicídio durante a comemoração do meu aniversário, um momento muito especial para mim, com todos os meus amigos presentes. Eu não sei qual é o motivo que uma pessoa tem para espancar a outra. Eu realmente não sei", disse na época.
Na mesma ocasião, ela contou que o ex-namorado, com quem se relacionou durante cerca de um ano e meio, a agrediu de outras formas algumas vezes. O casal chegou a morar junto entre abril e novembro de 2012, quando chegou ao fim o relacionamento. Artur Guimarães, advogado dela, afirmou que Aída relatou que ameaças e uma agressão anterior motivaram o fim do romance.
A ocorrência foi registrada na Delegacia de Atendimento Especial à Mulher (Deam), no bairro de Brotas. A vítima passou por exame de corpo de delito no Departamento de Polícia Técnica (DPT) da capital.
Fabiano Pimentel, advogado de Rangel, apresentou a versão do empresário para o ocorrido. ?Rangel e Aída se encontraram por acaso em um bar, cada um sentou em sua mesa e assim ficaram por toda a noite. Na hora de ir embora uma prima pediu que ele voltasse ao bar, pois Aída estava se desentendendo com outras pessoas no bar. Ele retornou, pagou a conta dela, e resolveu levá-la a casa de uns tios, pois ele percebeu que ela estava embriagada, sem condições nenhuma de dirigir", disse.
Tivemos acesso ao boletim de ocorrência do caso. De acordo com o documento policial, a vítima teria sido espancada pelo empresário e ficou no apartamento até o começo da manhã do dia seguinte, quando teria sido resgatada por uma prima e levada ao Hospital Português, onde recebeu atendimento médico.
O suspeito ficou conhecido por já ter namorado a atriz Luana Piovani. Informada por um seguidor do Twitter sobre o caso envolvendo seu ex-namorado, a atriz chegou a comentar o assunto na rede social: ?Tô completamente chocada, horrorizada. Se ele fez isso, tem que responder por isso. Ela [vítima] que seja forte e não desista da justiça. Vamos ver como encararão a Maria da Penha [Lei], pois não acho justo só casadas terem essa guarita.?