O empresário Rodrigo Morgado, que ficou conhecido nacionalmente por ter demitido uma funcionária após ela ganhar um carro em um sorteio corporativo, foi preso em flagrante pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (29), durante a Operação Narco Vela. A ação visa desarticular uma organização criminosa envolvida no tráfico internacional de drogas, com rotas para a Europa e África.
A prisão ocorreu após agentes encontrarem uma arma de fogo no veículo do empresário, durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão.
Rodrigo Morgado é dono da empresa Quadri Contabilidade, que ganhou destaque nas redes sociais após um episódio polêmico envolvendo uma funcionária. Em dezembro de 2024, durante uma confraternização da empresa, a auxiliar contábil Larissa Amaral da Silva foi sorteada e ganhou um Jeep Compass 2017 como prêmio. No entanto, o empresário decidiu retirar o veículo, alegando que a funcionária teria descumprido as regras do sorteio. Larissa afirmou que foi demitida após relatar problemas mecânicos recorrentes no carro desde sua entrega.
PF APREENDE FERRARI, LAMBORGHINI E JOIAS
Além da prisão de Rodrigo, a Polícia Federal também apreendeu bens de luxo ligados à quadrilha, incluindo uma Ferrari, uma Lamborghini, joias e diversos documentos. A operação contou com a participação de mais de 300 policiais federais e 50 policiais militares, com ações em cinco estados brasileiros e também no exterior.
SOBRE A OPERAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL
A Operação Narco Vela foi deflagrada para desmantelar uma sofisticada rede criminosa especializada no tráfico internacional de cocaína, que utilizava barcos e veleiros equipados com tecnologia satelital para transportar drogas da América do Sul para a Europa e África.
Segundo a PF, os criminosos mantinham uma logística avançada e operavam com embarcações capazes de cruzar o oceano com grandes cargas de entorpecentes.
MANDADOS E BLOQUEIO BILIONÁRIO
A operação, autorizada pela 5ª Vara Federal de Santos, cumpriu:
- 4 mandados de prisão preventiva;
- 31 mandados de prisão temporária;
- 62 mandados de busca e apreensão.
A Justiça Federal também determinou o bloqueio de bens até o valor de R$ 1,32 bilhão, relacionados às atividades ilícitas do grupo.
ORIGEM DAS INVESTIGAÇÕES
As investigações começaram após a DEA (agência antidrogas dos EUA) comunicar, em fevereiro de 2023, a apreensão de 3 toneladas de cocaína em um veleiro brasileiro, em alto-mar próximo ao continente africano. A embarcação foi interceptada pela Marinha Americana. Posteriormente, outras remessas foram localizadas em águas internacionais, com atuação da Guarda Civil Espanhola e da Marinha Francesa.
Acusações e repercussão
Até o momento, 23 pessoas foram presas. Os investigados poderão responder por:
- Tráfico internacional de drogas;
- Associação para o tráfico;
- Organização criminosa.