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Empresário confessa ter matado a namorada e forjado acidente em Minas Gerais

O caso ocorreu no último domingo (14) e, inicialmente, foi registrado como um acidente na rodovia MG-050, em Itaúna, no Centro-Oeste de Minas Gerais.

O suspeito aparece controlando o volante enquanto a vítima está desacordada no banco do motorista | Foto: Reprodução
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Alison de Araújo Mesquita, de 43 anos, confessou à Polícia Civil, na noite de segunda-feira (15), ter matado a namorada, Henay Rosa Gonçalves Amorim, de 31 anos, e forjado um acidente de trânsito para tentar encobrir o crime. A informação foi confirmada pelo advogado do investigado, Michael Guilhermino.

O caso ocorreu no último domingo (14) e, inicialmente, foi registrado como um acidente na rodovia MG-050, em Itaúna, no Centro-Oeste de Minas Gerais. Na versão inicial, Henay conduzia o veículo, enquanto Alison ocupava o banco do passageiro, quando o carro invadiu a contramão e colidiu de frente com um micro-ônibus.

Com o avanço das investigações, a Polícia Civil passou a tratar o caso como possível feminicídio, após a análise de imagens e indícios que contradizem a dinâmica apresentada inicialmente.

Vídeo de pedágio mudou o rumo da investigação

Um dos principais elementos que levaram à reavaliação do caso foi o vídeo registrado por uma câmera de pedágio, às 5h56, poucos minutos antes do acidente.

As imagens mostram Henay inconsciente no banco do motorista, sem qualquer reação, enquanto Alison aparece no banco do passageiro, esticando o corpo para alcançar o volante e conduzir o carro de forma improvisada.

A situação chamou a atenção da atendente do pedágio, que questionou se estava tudo bem. Segundo a polícia, Alison disse que a companheira estava passando mal. A funcionária sugeriu que ele parasse o veículo para buscar ajuda, mas o carro seguiu viagem.

Cerca de nove minutos depois, o veículo invadiu a contramão em uma curva, no km 90 da MG-050, e bateu de frente com um micro-ônibus de turismo. Henay morreu no local.

Lesões incompatíveis com a dinâmica do acidente

Além do vídeo, a Polícia Civil identificou inconsistências entre a dinâmica do acidente e os ferimentos encontrados no corpo da vítima.

De acordo com os investigadores, as lesões observadas não seriam compatíveis apenas com o impacto da colisão, o que levantou a hipótese de que Henay já estivesse inconsciente antes da batida. Diante dessas contradições, a polícia solicitou novos exames periciais para aprofundar a análise das causas da morte.

Comportamento do suspeito levantou suspeitas

Durante as diligências, investigadores também observaram o comportamento de Alison após o acidente. Relatos apontam que ele apresentava arranhões no rosto, suor excessivo e trocou de roupas nas horas seguintes à colisão.

Esses elementos passaram a integrar o conjunto de indícios analisados pela Polícia Civil. Além disso, durante o velório, foram observadas marcas no corpo da vítima consideradas compatíveis com possíveis agressões anteriores ao acidente.

Indícios de histórico de violência

A investigação também passou a analisar mensagens, fotografias e registros de atendimentos médicos que indicariam um possível histórico de violência doméstica no relacionamento.

Para os investigadores, esse contexto ajudou a reforçar a suspeita de que a morte de Henay não foi um fato isolado, mas resultado de uma escalada de agressões.

Nova perícia e sepultamento adiado

Diante do material reunido, a Polícia Civil solicitou uma nova perícia no corpo da vítima, o que levou ao adiamento do sepultamento.

Peritos também analisaram imagens do acidente e indicaram, de forma preliminar, que a colisão, por si só, dificilmente explicaria a morte. A partir disso, o caso passou a ser tratado oficialmente como homicídio, com indícios de feminicídio.

Prisão durante o velório

Com o avanço das investigações, Alison foi preso na manhã de segunda-feira (15), durante o velório de Henay, em Divinópolis. Segundo a polícia, ele não reagiu à abordagem e, inicialmente, negou o crime.

Os celulares da vítima e do investigado foram apreendidos e encaminhados para perícia. A Polícia Civil aguarda o resultado do laudo de necropsia e a conclusão das oitivas para finalizar o inquérito.

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