O empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach foi alvo de um atentado a tiros, que ainda deixou pelo menos outras três pessoas feridas, na entrada do Terminal 2 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, na tarde desta sexta-feira (8). Os feridos seriam os seguranças do morto.
As informações apuradas pelo repórter Lucas Padula, da TV Meio, são que a Polícia Civil investiga se ele foi morto pelo PCC e também a possibilidade de ter sido uma queima de arquivo, já que ele assinou um acordo de delação premiada e tinha declaradamente vários inimigos agentes públicos, a quem disse ter pago altos valores em propinas.
Os tiros de um fuzil 765 partiram de um Gol preto, que foi encontrado em uma comunidade. Também houve um outro tiroteio perto do Hotel Pullman, nas imediações do aeroporto.
O Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado, mas o homem não resistiu a gravidade dos ferimentos. O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) também compareceu ao local.
QUEM É O EMPRESÁRIO?
O empresário mantinha negócios na área de bitcoins e criptomoedas. Antônio Vinicius Lopes Gritzbach é acusado de ordenar a morte de dois integrantes da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), facção que age dentro e fora dos presídios.
Os membros do PCC mortos foram: Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, e Antônio Corona Neto, o Sem Sangue, motorista de Anselmo. Eles foram assassinados no dia 27 de dezembro de 2021.
Gritzbach estaria entregando uma série de esquemas de lavagem de dinheiro do PCC.
DELAÇÃO PREMIADA
O empresário e um agente penitenciário foram denunciados pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pela morte dos dois integrantes do PCC.
Em março deste ano, Gritzbach assinou um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público de São Paulo e entregou supostos esquemas do PCC e também denunciou esquemas de extorsão envolvendo policiais civis de São Paulo.
Ele prestou depoimentos ao MP nos últimos seis meses, sendo o último há 15 dias. Ele era réu por lavagem de dinheiro de mais de R$ 30 milhões proveniente do tráfico. A maior parte dessas operações de lavagem era feita com a compra e venda de imóveis e de postos de gasolina.
Ele entregou vários esquemas, deu várias pistas de ilícitos cometidos e ainda ficou de entregar muito mais. Ainda segundo as investigações, o empresário chegou a ter influência grande em células do PCC, tendo participado inclusive do tribunal do crime, quando se avalia se um integrante deve ou não ser assassinado por deslealdade à facção.