Em audiência realizada nesta sexta-feira, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o deputado estadual Durval Ângelo (PT) afirmou que vai ouvir o ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes, na próxima semana, na penitenciária onde está preso, para saber a versão do jogador sobre o caso de extorsão a sua noiva. Ele deve, também, confirmar uma possível visita da juíza Maria José Starling ao presídio. "O Bruno comunicou à comissão, através da própria Ingrid (Calheiros, noiva do atleta), e disse que está disposto a ser ouvido e contar tudo o que ele sabe desse caso", disse o deputado.
O deputado, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, disse que o advogado de Bruno, Cláudio Dalledone, vai pedir escolta policial a Ingrid. Segundo o político, ela estaria com medo de ir a Belo Horizonte, pois teria sofrido ameaças de um policial civil na porta da penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, região metropolitana da capital.
Ingrid era esperada na comissão para prestar esclarecimentos sobre o suposto acordo entre ela, a juíza Maria José Starling e o ex-advogado de Bruno, Robson Pinheiro, para libertar o jogador da prisão, mas não compareceu à audiência. No depoimento que a noiva do goleiro prestou à comissão e à Ordem dos Advogados do Brasil de Minas Gerais (OAB-MG), ela disse que foi ameaçada por um policial, que se identificou como Leandro. Tudo ocorreu depois que Indrid teria cancelado um contrato com a juíza e o advogado. Nele, o goleiro seria libertado mediante pagamento.
Segundo o deputado, ela disse que o policial chegou a mostrar um revólver, além de afirmar para "ela pensar bem no que estava fazendo" e que "a juíza era muito influente". Segundo a apuração da Comissão de Direitos Humanos, a magistrada teria procurado Ingrid, por intermédio de Pinheiro, e apresentado um plano para libertar o goleiro Bruno da prisão. Em troca, a família do jogador deveria pagar R$ 1,5 milhão pelo serviço em até 48h depois da libertação. Mas a noiva desconfiou da ação do advogado, depois que ele pediu o dinheiro uma semana antes de impetrar o habeas-corpus.
O caso foi levado pela Comissão de Direitos Humanos ao Conselho Nacional de Justiça e para a corregedoria do Tribunal de Justiça, que investigam a conduta da juíza, que segundo o deputado, acumula diversos processos. O advogado Robson Pinheiro também é investigado no conselho de ética da OAB-MG.