O advogado Marcio Carvalho de Sá, que integra a defesa do goleiro Bruno Souza, fez novos ataques à estudante Eliza Samudio durante passagem pelo Fórum de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira. O atleta e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, foram levados para participar de uma audiência sobre os crimes de sequestro, cárcere privado e lesão corporal, acusações feitas pela ex-amante do jogador em outubro de 2009.
Na época das supostas agressões, Eliza Samudio estava grávida de cinco meses do filho que alegava ser de Bruno. Ela teria sido forçada a tomar substâncias abortivas na ocasião. A estudante está desaparecida desde o dia 4 de junho deste ano.
"Afirmo com todas as letras que ela (Eliza) não foi morta naquele dia em Minas Gerais. Mas pessoas como ela, que vendem o corpo e participam de orgias, é difícil dizer se ela não sofreu nada de mais. A imagem dela diz por si só. Um dos atos que ela praticou está na internet e eu mesmo recebi por e-mail", disse Marcio Carvalho.
O advogado afirmou também que provará para o juiz que o crime de sequestro não passa de uma mentira inventada por Eliza Samudio para levar algum tipo de vantagem sobre Bruno e as pessoas que o cercam.
"Vamos mostrar para o juiz que nada disso é verdade. Não houve crime de sequestro. Bruno e Macarrão estão sendo vítimas de uma armação de pessoas que querem aparecer. Como pode a pessoa que se diz sequestrada, ligar para o sequestrador e pedir para ir buscá-la, abrir a porta do carro por livre e espontânea vontade e entrar no condomínio sem sequer ser notada pelos funcionários?", questionou.
Audiência
O goleiro Bruno Souza e seu amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, chegaram às 10h55 ao Fórum da Taquara, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Os dois participarão da primeira audiência do processo em que são acusados de sequestrar Eliza Samudio.
Bruno e Macarrão deixaram o presídio Nelson Hungria, em Contagem (MG), por volta das 9h desta quinta-feira, e decolaram pouco antes das 10h no hangar da Polícia Civil no aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte.
O avião que transportava a dupla pousou às 10h47 desta quinta-feira no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Um forte esquema de segurança foi montado no aeroporto. Seis viaturas das polícias Civil e Militar foram posicionadas nas proximidades do terminal. Aproximadamente 30 policiais foram mobilizados no aeroporto, além de uma escolta armada com cerca de oito homens.
O goleiro e seu amigo saíram do aeroporto em um comboio de três viaturas por volta das 11h. O goleiro embarcou no primeiro veículo, enquanto seu amigo entrou no seguundo. O terceiro veículo é ocupado apenas com policiais armados.
O primeiro destino da dupla foi o Instituto Médico Legal (IML), na região da Leopoldina, na zona portuária do Rio, para exame de corpo delito. Ao chegar ao IML, Bruno desceu do camburão com uma bíblia na mão. Os dois deixaram o prédio às 11h05, em direção ao Fórum da Taquara, em Jacarepaguá, onde chegaram às 11h55.
A primeira audiência do processo, que tramita na 1ª Vara Criminal de Jacarepaguá, está marcada para as 14h desta quinta-feira. Ela será de instrução e julgamento, e o juiz Marco José Mattos ouvirá apenas as cinco testemunhas de acusação convocadas pelo promotor Eduardo Paes, do Ministério Público. Mesmo não sendo ouvidos pelo magistrado na quinta-feira, Bruno e Macarrão têm o direito de presenciar a audiência. As testemunhas listadas pelo advogado Ercio Quaresma, que defende o goleiro e o amigo, serão ouvidas em outra audiência, ainda sem data definida.
A defesa de Bruno indicou oito testemunhas, entre elas a própria Eliza e os jogadores Adriano e Vagner Love. No entanto, a convocação dos três foi negada pelo magistrado. Bruno terá cinco testemunhas e Macarrão, oito. Os dirigentes do Flamengo, Patricia Amorim e Zico, e Léo Moura, jogador do clube, estão entre as testemunhas chamadas por Ércio.