A modelo Eliza Samudio teria sido assassinada em pouco mais de uma hora, na frente de seu filho ? então com quatro meses de idade ?, no dia 10 de junho de 2010.
A principal tese do Ministério Público de Minas Gerais é a de que ela teria sido dominada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, com uma gravata, e tido o corpo esquartejado. Um dos depoimentos de testemunha diz que ela foi jogada a cachorros.
O ataque final à vítima teria contado com a ajuda de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, fiel escudeiro do goleiro Bruno Sousa.
Ele teria amarrado as mãos de Eliza com uma corda. Bola, o atleta, seu amigo e duas ex-mulheres de Bruno serão julgados dia 19, no 2º Tribunal do Júri, em Contagem (MG).
Até hoje, o corpo de Eliza não foi encontrado, apesar das buscas pela Polícia Civil mineira em endereços como a casa de Bola e em uma lagoa na região da Pampulha.
O fim de linha para Eliza teria começado às 20h35, quando um Ecosport, dirigido por Macarrão, teria deixado o sítio do goleiro, em Esmeraldas, levando a modelo ao encontro de Bola, próximo ao aeroporto da Pampulha, onde teria chegado às 20h52.
De lá, o grupo, que incluiria o então menor primo de Bruno, e o bebê, seguiria para casa de Bola, em Vespasiano.
Segundo o Ministério Público, este é o cenário da execução da modelo, que pode ter ocorrido entre 21h e 22h. O depoimento do então menor revelou que o grupo ficou na casa de Bola cerca de uma hora, até ser dispensado por ele. Neste momento, segundo o relato, o ex-policial carregava saco, onde estaria o corpo.
Telefonema de Bola para Macarrão, às 22h06 em Vespasiano, corrobora a tese de que, quando o grupo voltou ao sítio, os restos mortais foram ocultados.
Assassinato sem corpo
Corpo não é a prova necessária para a configuração do assassinato. ?Há outros elementos da investigação policial. No caso de Eliza, foram encontrados sandálias e óculos escuros no carro do Bruno e fotos no sítio dele. Não dá para dizer que ele não sabia da Eliza. Os indícios precisam ser bem explorados pela acusação?, analisou o advogado Antônio Gonçalves.
Para o criminalista Luiz Flávio Gomes, do ponto de vista jurídico, é possível julgar e condenar os acusados independente do corpo da vítima. Mas ele acha que a defesa dos réus do caso Eliza vai largar na frente.
?Os indícios não foram bem amarrados. Se a convicção do crime não for bem passada aos jurados, eles serão absolvidos?, disse.