A polícia e o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul estão investigando a morte de um bebê. Dois médicos se envolveram em uma briga na sala de parto.
Seria o segundo filho da costureira Gislaine de Matos Rodrigues, mas o bebê morreu durante o parto, na noite de segunda-feira (22).
?Eles teriam que ter usado a ética. Faltou respeito, porque era um momento único de uma mãe, era um parto, uma sala de parto. Então eles não se respeitaram, não pensaram em momento algum", disse Gislaine.
A brig aconteceu em um hospital público de Ivinhema (MS). Gislaine conta que estava sendo atendida pelo médico que a acompanhou durante o pré-natal, quando outro médico invadiu a sala dizendo que era o plantonista do horário e que por isso iria fazer o parto.
"Eu, naquela posição de parto, já nascendo o nenê, faltando dois centímetros para perfurar minha bolsa e a nenê nascer. Eles começaram a se estapear lá dentro, agredir um ao outro", disse Gislaine.
Versão diferente
O médico plantonista Sinomar Ricardo deu uma versão diferente sobre o tumulto. ?Eu não entrei em briga corporal com ele. Ele que me agrediu. Disse que eu não ia fazer o parto, não permitia que eu fizesse o parto de modo algum?.
O outro médico envolvido na briga não foi localizado. Por causa da briga, um terceiro médico foi chamado para terminar o parto, mas a criança não sobreviveu. O atestado de óbito revelou que a morte foi provocada por asfixia.
A Secretaria de Saúde de Ivinhema demitiu os dois médicos que se envolveram na confusão e denunciou o caso ao Conselho Regional de Medicina.
?Os médicos, se forem considerados culpados, serão penalizados. As penas podem variar desde uma advertência até a orientação para cassação do registro profissional?, afirmou Juberty Antônio de Souza, vice-presidente do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul.