Professora diz que criança morta pelos pais pegava comida do lixo

A desculpa dos pais era que a criança tinha distúrbio alimentar,

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As declarações da professora de Daniel Pelka, aluno de quatro anos que morreu espancado pelos pais no ano passado, podem piorar a situação da defesa dos acusados. Segundo Lisa Godfrey, da Little Heath Primary School, na Inglaterra, o comportamento do garoto na escola mostrava que ele passava fome.

De acordo com as informações do site Daily Mail nesta quarta-feira (5), a professora estranhava o comportamento do aluno quando o assunto era comida. Ela conta que Daniel parecia tão faminto que pegava comida do lixo da escola. Ele chegou a ser visto pegando panqueca com areia, também do lixo, em uma atividade culinária na escola.

Em audiência, a professora também falou ao juiz que Daniel chegou a roubar os colegas, furtar comida de lancheiras e a devorar meio bolo de chocolate que seria dividido entre colegas de classe. Uma hora, segundo ela, Daniel passou a não ligar mais se alguém o flagrasse pegando comida do lixo

A desculpa dos pais era que a criança tinha distúrbio alimentar, e por isso tinha apetite insaciável às vezes. Godfrey, porém, notou que o garoto ficava cada vez mais magro.

? Ele estava tão magro que parecia um velho. Uma vítima de campo de concentração. Ele estava muito, muito magro e com o olho roxo, tão pálido que eu quase conseguia ver através dele. Os olhos dele estavam afundados no rosto. Eu passei um bom tempo com Daniel naquela semana porque ele parecia muito mal, sozinho e desesperado, e eu não sabia mais o que fazer com ele.

A professora seguiu o padrão da escola e anotou suas observações sobre Daniel no "livro de referência", incluindo a evidência de marcas em seu pescoço - o que sugeria que os pais tentaram estrangular a criança.

Daniel morreu duas semanas depois que as observações foram anotadas e estava cerca de dez quilos abaixo de seu peso ideal. Segundo o site britânico, seu índice de massa corporal estava fora da escala.

A assistente de classe que também se apresentou ao tribunal inglês que julga o caso, Amy Tokely, disse que também estranhou a aparência do aluno. Ela disse que Daniel usava roupas muito menores que a de seus colegas de classe. Depois das férias de fevereiro, ela notou que Daniel estava cada vez mais desesperado por comida.

? Ele poderia comer qualquer coisa que tivesse em mãos.

A lancheira de Daniel, conta ela, tinha metade de um sanduíche de presunto, uma bebida e salgadinhos, mas depois ele passou a levar um sanduíche completo.

Os pais de Daniel, Mariusz Krezolek e Magdelena Luczak, são os principais suspeitos de matar o garoto, que morreu em casa, no ano passado. No hospital, foi constatada hemorragia interna na cabeça do garoto e 24 marcas de agressão em seu corpo.

Os pais dizem que encontraram Daniel inerte na cama e por isso ligaram para a emergência. Meses depois, a perícia apurou que o garoto era mantido em um quarto que se assemelhava a uma cela, com uma porta sem maçaneta.

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