Dono da Fred Veículos, que atirou em boate, é solto após pagar fiança

Foi expedida a liberdade provisória e a suspensão do porte de arma de fogo

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Preso na madrugada deste sábado (21) após disparar uma arma de fogo dentro de uma boate na Avenida Homero Castelo Branco, zona Leste de Teresina, o empresário Frederico Herbert Lopes Rocha foi solto após pagar fiança de R$ 1.500,00. A informação está presente na plataforma de consultas de processos judiciais do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí (TJ-PI).

Na decisão do juiz Teófilo Rodrigues Ferreira, da Vara Núcleo de Plantão Teresina, foi expedida a liberdade provisória do dono da loja Fred Veículos e a suspensão do porte de arma de fogo do empresário.

Dono da Fred Veículos é solto após pagar fiança de R$ 1.500 (Foto: Arquivo pessoal)

"Concedo liberdade provisória ao autuado Frederico Herbert Lopes Rocha, condicionada ao prévio pagamento da fiança que arbitro no valor de R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais), bem como em razão de cautela determino a suspensão do porte de arma do autuado até ulterior deliberação judicial”,  afirma um trecho da decisão do juiz.

Vídeo mostra o momento em que o empresário efetua um disparo com arma de fogo dentro da boate.

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Ivestigado por crimes de estelionato

O empresário Frederico Herbert Lopes Rocha é alvo de investigações da Polícia Civil do Piauí por crimes de estelionato. As vítimas relataram ao Meionorte.com que o dono da empresa revendedora Fred Veículos aplicou golpes através de venda consignada.

No ano passado, a juíza Maria das Neves Ramalho Barbosa Lima, da 5ª Vara Cível da Comarca de Teresina, chegou a determinar a busca e apreensão de um dos veículos vendidos pela empresa. Essa decisão, no entanto, não chegou a outros clientes que contaram que sofreram golpes do empresário.

Um homem que preferiu não se identificar deixou o veículo na revendedora de Fred. O acordo era para venda consignada – a loja encontra um comprador e, quando o negócio é fechado, parte do dinheiro fica com os vendedores, como uma comissão.

O contrato da vítima que conversou com a reportagem previa que 3% do valor total da venda do veículo seria repassado para Frederico. No entanto, dias depois a vítima passou em frente à sede da concessionária e descobriu que o carro não estava mais no local. O dono do automóvel questionou o que havia acontecido e foi orientado por Frederico para aguardar pelo dinheiro da venda.

“Eu entrava em contato com ele, perguntava sobre o dinheiro e ele dizia ‘espera mais três dias que vai cair’. Nisso, foram três dias, quatro dias, deu problema no banco, inventava que o carro estava com problemas no Detran e isso começou a ficar estranho”, contou o homem.

A vítima relatou que passou a telefonar para a empresa e ir até o estabelecimento, mas foi ignorada. Em novembro do ano passado, o proprietário do veículo fez um boletim de ocorrência no 12º Departamento de Polícia de Teresina, onde foi informado que Frederico Herbert já acumula cerca de 40 inquéritos por estelionato.

“Eram todos [inquéritos] por estelionato. Ele pegou o carro de algumas pessoas e passou para outras, fez financiamento em carros que tinham sido vendidos. Além de tudo isso, ele ainda atirou em um carro na zona Leste, em novembro do ano passado, e foi solto. A gente tem o sentimento de impunidade. Como um cara desses, que está respondendo esse monte de inquéritos, continua solto? Como é que a empresa que está relacionada a tudo isso continua funcionando? O que justifica ele estar solto?”, questiona a vítima.

Há cerca de seis meses, uma segunda pessoa também foi alvo da mesma tática golpista. O homem, que também não quis se identificar, cita o envolvimento de Francisco Frutuoso, filho adotivo de Frederico.

“Eles [Francisco e Frederico] articularam um financiamento do meu veículo junto à uma financeira (mesmo sem eu ter assinado qualquer documento referente a isto), pegaram o dinheiro e depois ainda venderam o carro para um terceiro, recebendo o dinheiro dele também. Ou seja, eles extraíram dinheiro do meu carro duas vezes, do financiamento e da venda”, falou.

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