“Dona da Daslu está com câncer e não vai resistir”, diz advogada

Eliana é acusada de formação de uma quadrilha, descaminho e falsificação de documentos

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A advogada da dona da Daslu, Eliana Tranchesi, disse na tarde desta quinta-feira (26) que a prisão da empresária não poderia ter ocorrido neste momento e que é ?ilegal?. Por volta das 13h20, Joyce Roysen estava na sede da 2ª Vara Criminal de Guarulhos, na Grande São Paulo, junto com os advogados dos outros condenados no caso para conseguir uma cópia da sentença da juíza local. ?Os advogados não têm acesso. A juíza não apareceu no fórum. Só o Ministério Público recebeu a sentença?, afirmou.

Segundo ela, a sentença estava para sair há dez meses, mas a prisão não poderia ter sido decretada porque a decisão é de primeira instância e cabe recurso. Ela conta que Eliana não irá ?resistir? à prisão porque está com câncer nos ossos e pulmão. ?Ela está com metástase (quando o câncer se espalha) no pulmão e nos ossos. Está em meio a um tratamento quimioterápico bastante sério que, inclusive, não está fazendo muito efeito?, afirmou. A advogada diz que pediu um laudo específico ao médico para incluir no recurso que irá entrar junto à Justiça solicitando a liberdade da empresária. Eliana foi presa em sua residência na capital paulista às 6h.

Para ter acesso à sentença da juíza, Roycen afirma que solicitou a intervenção da comissão de prerrogativa da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). ?Estamos esperando a chegada deles. Não sabemos qual a fundamentação dessa prisão?, disse.

Prisão

Foi o Ministério Público Federal quem informou, nesta manhã, que a empresária Eliana Tranchesi foi condenada por uma juíza da 2ª Vara Federal de Guarulhos por formação de quadrilha, descaminho (fraude em importações) e falsificação de documentos. Além dela, duas pessoas foram presas e quatro eram procuradas no fim da manhã pela Polícia Federal.

O MPF não informou, no entanto, a pena determinada pela Justiça para a dona da Daslu. A assessoria da Justiça Federal também não sabia dizer o tempo de prisão até as 11h30 desta quinta. Na época de denúncia, o MPF havia afirmado que as penas mínimas dos crimes pelos quais Eliana é acusada somavam 21 anos.

A empresária foi presa nesta manhã em sua residência na capital paulista e levada provisoriamente para a penitenciária feminina do Carandiru, na Zona Norte. Ela era investigada pela Operação Narciso, iniciada em 2005, que apurou suspeitas de sonegação fiscal. A prisão dela foi pedida pelo MPF em abril do ano passado.

A Justiça também determinou a prisão do irmão de Eliana, Antonio Carlos Piva de Albuquerque, diretor financeiro da empresa na época dos fatos, e do dono de uma das importadoras suspeitas de envolvimento com as fraudes. Segundo o MPF, as ordens de prisão foram cumpridas nesta quinta-feira pela Polícia Federal. Os dois foram levados para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo.

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