Cerca de 200 agentes realizam na manhã desta terça-feira a operação Capa Preta para prender políticos, policiais e militares suspeitos de integrarem uma milícia no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Dezesseis pessoas foram presas, entre elas dois vereadores identificados como Jonas Gonçalves da Silva, conhecido como Jonas É Nós, e Sebastião Fereira da Silva, o Chiquinho Grandão.
De acordo com o Ministério Público (MP) Estadual do Rio de Janeiro, Jonas É Nós é o líder do bando. Foram expedidos pela Justiça 34 mandados de prisão e 57 de busca e apreensão, inclusive na Câmara Municipal de Duque de Caxias. Segundo a polícia, entre os suspeitos há 13 PMs, um sargento do Exército, um fuzileiro naval, um policial civil e cinco ex-policiais militares.
Essa milícia é apontada pelo MP como a mais forte de Duque de Caxias. A quadrilha é suspeita de explorar sinais de TV a cabo e cobrar taxas de moradores da região, além de diversos assassinatos. As investigações duraram seis meses.
O desembargador Marcus Quaresma Ferraz, relator do processo na Seção Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, suspendeu as funções dos denunciados. As Corregedorias da Polícia Civil, do Exército e da Marinha instauraram sindicâncias internas, assim como o Comando-Geral da PM, para apurar o caso.
Participam da operação Capa Preta agentes de várias delegacias especializadas, do Exército, do Corpo de Fuzileiros Navais, das Corregedorias Internas das Polícias Civil e Militar, além da Corregedoria Geral Unificada.