A polícia encontrou nesta sexta de manhã, perto da Ponte Velha do Galeão, na Ilha do Governador, o tronco de um corpo que pode ser de Raphael Rodrigues da Paixão, o DJ Chorão, de 26 anos.
Segundo o delegado da 21ª DP (Bonsucesso), José Pedro Costa Silva, os restos mortais foram levados ao Instituto Médico-Legal (IML), onde serão submetidos a teste de DNA feito com material genético de Jorgenete Rodrigues da Paixão, 40 anos, mãe do artista.
O laudo deve ficar pronto em uma semana. Os autores do suposto homicídio seriam traficante s do Parque União, no Complexo da Maré.
No fim do dia, agentes da Divisão de Homicídios (DH) estiveram na Maré para tentar localizar o cadáver e tentar prender os seis suspeitos. Nada foi localizado e as buscas vão continuar.
Até o meio-dia desta sexta, o Disque-Denúncia (2253-1107) recebeu 13 ligações com informações sobre o DJ. A polícia chegou até o corpo através de denúncias de moradores. Ainda segundo a polícia, os restos mortais que seriam do DJ foram colocadas em um pequeno barco na Baía de Guanabara.
A polícia confirmou na quinta-feira que o DJ, que desapareceu no sábado, foi realmente morto por traficantes da Maré. Na casa da mãe do DJ Chorão, em Belford Roxo, uma pessoa que não se identificou informou que Jorgenete se mudou para casa de parentes porque está com medo, após a morte do filho. Ela havia denunciado o desaparecimento do filho na 54ª DP (Belford Roxo).
O jovem, que desapareceu sábado, foi submetido ao "tribunal do tráfico" e esquartejado vivo na frente de moradores, como O DIA noticiou com exclusividade.
Bandidos ocuparam a casa que ele morava, na Rua da Paz, e montaram uma boca de fumo. O carro dele, um Palio branco, também foi queimado.
?Não estamos trabalhando com a possibilidade de desaparecimento dele (DJ Chorão), mas, sim, com a execução. O Chorão começou a ter uma carreira muito independente na comunidade. Isso provocou desavenças com chefes do tráfico locais?, disse o delegado.
Polícia faz buscas há dois dias
Desde quarta-feira, a Delegacia de Bonsucesso, a 21ªDP, e a Divisão de Homicídios (DH) investigam o desaparecimento do DJ. E desde quinta há buscas ao corpo.
Segundo as investigações, Chorão teria recebido aviso dos traficantes para que não se apresentasse na comunidade Chaparral, também na Maré, dominada por milícia.
Uma outra hipótese aponta que o tráfico desconfiou que ele teria dado informações sobre os criminosos à polícia. A ordem para o assassinato teria partido do chefe do tráfico no Parque União, Jorge Luiz Moura, o Alvarenga. A namorada do DJ se mudou da favela por medo e pensa em pedir proteção policial.