Um suposto fazendeiro identificado como Vilson Viegas de Sousa, de 62 anos, teria sido agredido e ameaçado de morte por um grupo de invasores de terra na manhã deste domingo (08), durante um trabalho de georreferenciamento em sua propriedade no município de Alvorada do Gurguéia, na região do cerrado do piauiense, no extremo sul do Estado.
Em entrevista ao Meionorte.com, a vítima explicou que chegou na sua propriedade ainda na quinta e foi surpreendido pelos invasores no domingo. Além das agressões, o grupo incendiou e destruiu diversos objetos que estavam no local, além de tocarem fogo em uma caminhonete, modelo S10, que ficou completamente destruída. Uma motosserra também foi subtraída.
O grupo, segundo o fazendeiro, foi identificado como Aldenor Pimentel da Silva Neto, que é cabo da PM-MG; Advanio Araujo da Silva, Rodrigo de Rodrigues e Sousa, Gilberto Pereira dos Santos, Marcelo Faria Lelis e Valdemar Barros dos Santos. Todos são de Brasília e já foram denunciados por outros crimes na mesma região onde Vilson Viegas foi vítima.
O fazendeiro foi submetido ao exame de corpo e delito, que confirmou as agressões. Para a reportagem, a defesa da vítima informou que foi solicitado para a Secretaria de Segurança Pública do Piauí, providências contra os acusados, que já foram denunciados criminalmente ao promotor da Comarca de Bom Jesus e ao Juiz de Cristino Castro. No entanto, nenhuma providência efetiva foi tomada até o momento, segundo a defesa.
Outra versão do fato
No entanto, um segundo fazendeiro, Waldemar Barros dos Santos, da cidade de Cristino Castro (PI), procurou a reportagem e apresentou uma segunda versão acerca dos fatos, alegando que Vilson Viegas é quem estaria invadindo a propriedade através de meios fraudulentos.
De acordo com Waldemar Barros, Vilson Viegas teria denunciado e levantado a questão de uma maneira unilateral, descrevendo o corrido da forma que lhe convinha. Além disso, o fazendeiro inseriu na situação pessoas que nem faziam parte do contexto, como um suposto cabo da PM-MG, e outras de Brasília-DF, para tentar caracterizar tratarem-se de forasteiros invasores.
“Trata-se, na verdade, o Sr. VALDEMAR e família, de filhos de pioneiros desta cidade, que tentam, a todo custo defender sua posse de terceiros que individualmente ou associados pretendem tornar o Estado do PI, um estado sem lei, o que vem sendo repelido prontamente pelo Ministério Público, Delegacia Civil e todo o judiciário desta Comarca, ao contrário do que alega o invasor VILSON. As terras noticiadas são objeto de ação judicial na comarca competente, onde Sr. VALDEMAR e família repelem outra invasão por, pessoas que encontram-se foragidas da justiça, dentre eles o Sr. WAGNER MATOS CARRIJO, e são investigados, estes sim, por fazerem parte de milícia especializada em invasão de terras”, destacou o fazendeiro, em direito de resposta enviado à reportagem.
Para Waldemar Barros dos Santos, VilsonViegas pretende desvirtuar os acontecimentos para vitimizar-se e trazer a opinião pública e comoção social para agregar a seus interesses.
“Ademais, há fortes indícios de que esteja sendo manipulado ou mesmo seja integrante do grupo que tenta invadir a área desde o ínicio do ano, situação que já está judicializada. Com efeito, em apressada consulta às redes sociais, o Sr. VILSON é amigo íntimo do Sr. WAGNER já citado, inclusive com fotos deste no facebook, e com certeza, associou-se à esse e sua milícia, dentre eles a pessoa de vulgo “CHARLES”, também foragido da justiça, para a tentativa de invasão de terras de cidadãos de bem de Cristino Castro”, finaliza.