Disparo a delegado em Fortaleza foi à queima-roupa

Ficou provado que o tiro foi detonado de cima para baixo

Disparo a delegado em Fortaleza foi à queima-roupa | Diário do Nordeste
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A Pol?cia Civil recebeu, ontem, o laudo preliminar do exame cadav?rico realizado por peritos do Instituto M?dico Legal da Capital (IML) no corpo do delegado Cid J?nior Peixoto do Amaral, 60, morto no ?ltimo dia 13, com um tiro disparado pelo procurador de Justi?a, aposentado, Ernandes Lopes Pereira, 59. Os legistas constataram que o tiro foi disparado ? queima-roupa.

Al?m disso, pela dire??o que o proj?til (bala) percorreu, ficou provado que o tiro foi detonado de cima para baixo. Supostamente, o delegado foi atingido quando estava sentado, enquanto o atirador estaria de p?. Cid foi surpreendido e n?o teve como se defender.

No andamento das investiga?es que, ontem, completaram uma semana, o delegado Andrade J?nior, titular da Delegacia de Defrauda?es e Falsifica?es (DDF) e respons?vel pelo inqu?rito, j? concluiu que o disparo n?o foi acidental.

O trabalho realizado pelos peritos refor?a a hip?tese de execu??o. O Di?rio do Nordeste teve acesso, com exclusividade, ao documento elaborado pelo IML. O laudo ? assinado pelos m?dicos legistas Fernando Di?genes Teixeira, Maria Solange Nobre Sampaio e Paulo Afonso Castelo B. Ara?jo. Embora tenha sido conclu?do em car?ter provis?rio, o laudo ser? utilizado como base para a reprodu??o simulada (reconstitui??o) do caso, que acontecer? na tarde desta quinta-feira, fato confirmado, ontem, pelo delegado Andrade J?nior. O Minist?rio P?blico vai acompanhar o desenrolar da simula??o.

O tiro que ceifou a vida do delegado Cid J?nior produziu uma ?zona de queimadura e tatuagem, com caracter?sticas de orif?cio de entrada de proj?til ?nico de arma de fogo, por disparo efetuado ? queima-roupa, localizada na regi?o fronto-temporal direita?, diz o laudo, comprovando que o atirador encostou a arma na cabe?a da v?tima ou efetuou o disparo a uma dist?ncia m?nima. O procurador portava uma pistola Glock (austr?aca) calibre 380.

A arma do crime ainda est? em poder da Pol?cia e dever? ser encaminhada ao Instituto de Criminal?stica (IC) para exames periciais, muito embora a Pol?cia n?o tenha qualquer d?vida de que ela foi a usada no assassinato. Mas, um eventual pedido de per?cia de bal?stica poder? ser realizado, j? que a bala disparada ficou alojada na cabe?a da v?tima e foi retirada pelos legistas.

Com o documento em m?os, o delegado Andrade J?nior espera receber, ainda hoje, um segundo laudo: o de levantamentos feitos pelos peritos do Instituto de Criminal?stica (IC) no local do crime. Fotografias v?o mostrar a cena do fato.

At? a noite passada, a Pol?cia n?o tinha ainda a confirma??o da presen?a do procurador na reconstitui??o. Pela Lei Penal brasileira, o acusado de um crime n?o ? obrigado a participar da simula??o, onde produziria provas contra si mesmo. Ernandes continua preso no quartel do Corpo de Bombeiros Militar, no bairro Jacarecanga, pois foi autuado em flagrante delito ainda no dia do assassinato.

Al?m dos laudos cadav?rico e de local de crime, a Pol?cia j? obteve outras provas, a partir do depoimento de testemunhas e informantes. Ontem, a m?e do delegado, J?lia Vieira Peixoto, 84, foi ouvida em sua resid?ncia (ver mat?ria coordenada, ao lado).

O inqu?rito sobre a morte do delegado deve ser encerrado at? amanh?, quando finda o prazo de dez dias, estipulado em lei, no caso de flagrante.

Com o fim das dilig?ncias e depoimentos, o delegado Andrade far? o relat?rio do inqu?rito e dever? indiciar o procurador. O promotor de Justi?a da comarca de Eus?bio, Evil?zio Alexandre, pode denunciar o acusado, em cinco dias, ou pedir novas investiga?es.

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