Detentos perigosos fogem de presídio em Fortaleza

Os presos fizeram um buraco na cela onde estavam recolhidos, na ala F

Detentos fogem de presidio no Ceará | Diário do Nordeste
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Oito detentos, todos considerados de alta periculosidade, que cumpriam pena ou aguardavam julgamento por crimes de assalto (roubo) e latrocínio (roubo seguido de morte), fugiram da Casa de Privação Provisória de Liberdade Agente Luciano Andrade Lima (Casa de Custódia), em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza. A fuga aconteceu durante a madrugada, mas só foi percebida pela direção do órgão no começo da manhã.

Os presos fizeram um buraco na cela onde estavam recolhidos, na ala F, e, em seguida, tiveram acesso ao pátio da cadeia. Depois, utilizando três ´teresas´ (cordas feitas com lençóis e toalhas) conseguiram escalar a muralha.

No momento em que os criminosos saltavam a muralha, parte da parede caiu. Mesmo assim, eles obtiveram êxito no plano. Desapareceram em meio a um matagal próximo dali. Um policial militar, identificado como soldado PM Misael, estava de serviço numa guarita a menos de 50 metros de distância do ponto onde ocorreu a fuga pela muralha. Mas ele disse que não viu nada.

Diante das declarações do militar, ele acabou recebendo voz de prisão disciplinar do supervisor do Policiamento da Capital, major PM Ricardo Moura, e foi levado para o Presídio Militar.

Foragidos

Os oito fugitivos foram identificados como José Ricardo Cipriano da Silva (latrocida, condenado a 20 anos de reclusão), Francisco Renilson dos Santos Moura (condenado a seis anos de prisão), Ademir Oliveira de Castro, Charles Robson Araújo, Claudemar Rodrigues de Farias Barros, Jean Carlos Silva Freitas, José Auricélio Saldanha Chaves e Fabrício Rocha dos Santos.

No começo da manhã, os agentes prisionais que chegavam para render os colegas do turno anterior se depararam com o clima tenso na Casa de Custódia. Reforços da 2ª Companhia de Polícia de Guarda (2ª CPG) já estavam ali. A movimentação intensa de policiais também chamou a atenção dos moradores próximos e de alguns parentes de detentos.

A fuga aconteceu, provavelmente, entre a meia-noite e quatro horas da manhã, quando o movimento de policiais e agentes prisionais diminui na parte interna da cadeia. O buraco na parede da cela, porém, teria sido feito no dia anterior e não foi descoberto pelos agentes prisionais. As ´teresas´ também já estavam prontas e, provavelmente, escondidas no vaso sanitário da cela.

Segundo o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Ceará, Augusto César Coutinho, atualmente a Casa de Custódia de Itaitinga abriga cerca de 1.100 presos, 200 além de sua capacidade.

Alegando falta de segurança, os funcionários da cadeia não permitiram aos jornalistas ter acesso ao local por onde os detentos fugiram.

Mesmo após a fuga, um ônibus da Secretaria da Justiça chegou ali com alguns presos vindos de outras unidades penais ou delegacias de Polícia. Até por volta das 14 horas do sábado, nenhum dos oito fugitivos havia sido localizado.

Buscas

As autoridades supõem que eles podem ter sido levados em veículos que estariam nas proximidades dali durante a madrugada. Buscas foram feitas entre os Municípios de Itaitinga, Eusébio e Aquiraz na tentativa de localizar os criminosos.

Projetadas para comportar 900 presos, à espera de julgamento, as duas Casas de Privação Provisória de Liberdade (CPPLs) estão superlotadas, à exemplo do que ocorre com os demais presídios e penitenciárias do Ceará. Até o mês de julho, a Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) pretende inaugurar mais duas unidades do mesmo tipo, fato que vai desafogar temporariamente as unidades penitenciárias e as delegacias de Polícia.

A superlotação tem contribuído para as constantes fugas e motins nas delegacias policiais e nas unidades de cumprimento de pena ou de prisões temporárias e preventivas. Em todo o Estado há cerca de 13 mil detentos, quando a capacidade das cadeias é de apenas sete mil vagas.

O problema mais grave de superlotação ocorre no Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS), a maior penitenciária do Ceará, que tem passado por reformas e, recentemente, recebeu equipamentos de segurança.

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