Nesta quinta-feira (7), a Polícia Federal deflagrou uma operação visando uma organização criminosa liderada pelo deputado estadual da Bahia, Kléber Escolano, conhecido como Binho Galinha (Patriota). Segundo a PF, o grupo atua como uma milícia, envolvendo atividades como exploração do jogo do bicho, agiotagem, ameaças de morte para cobrança de dívidas e venda de peças de veículos roubados.
O UOL teve acesso aos detalhes da investigação, que revelam que Binho Galinha foi alvo de busca e apreensão, enquanto outros membros da organização enfrentaram prisão preventiva. O deputado também foi denunciado pelo Ministério Público da Bahia por crimes relacionados à milícia. Ao ser procurado pelo UOL, o deputado afirmou que irá "esclarecer tudo à Justiça, no momento próprio" e se colocou "à disposição das autoridades", sem comentar sobre o mérito da investigação.
A PF destaca que a milícia atuava em Feira de Santana, a segunda cidade mais populosa da Bahia, e incluía a participação da esposa e do filho de Binho Galinha. Desde 2013, o grupo é acusado de integrar uma organização criminosa armada, conforme decisão da 1ª Vara Criminal de Feira de Santana.
"Desde o ano de 2013, os denunciados integrariam organização criminosa armada liderada por KLÉBER CRISTIAN ESCOLANO DE ALMEIDA, alcunha "BINHO GALINHA", e agiriam em comunhão de ações e desígnios, de forma consciente e voluntária, de forma permanente e estável, mediante divisão de tarefas, para o fim de ocultar e/ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação e/ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de variadas infrações penais, em especial receptação de cargas roubadas/furtadas, extorsão, jogo do bicho e agiotagem, entre outras."
A denúncia do Ministério Público aponta que o deputado possuía documentos relacionados ao jogo do bicho, considerado uma contravenção penal. A esposa, Mayana Cerqueira da Silva, seria responsável pela movimentação financeira na venda de peças de veículos roubados e lavagem de dinheiro, sendo presa nesta operação. O filho do casal, João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano, também foi preso, com alegações de envolvimento nas práticas criminosas familiares.
Outro integrante da organização, que atuava na lavagem de dinheiro, era funcionário do gabinete de Binho Galinha na Assembleia Legislativa da Bahia. O braço armado da milícia incluía policiais civis e militares, responsáveis pela segurança do deputado e pela cobrança violenta de dívidas. O despacho destaca ainda a aquisição de dívidas de terceiros para serem cobradas pela própria organização criminosa.
Com informações do UOL