As drogas não fazem apenas vítimas, mas também criminosos. Essa é a conclusão a que chegamos ao nos deparar com a informação de que 80% dos homicídios ocorridos na cidade de Timon estão relacionados com a dependência química. O dado é da delegacia regional de município.
E se i índice já é alto quando se trata de homicídio, a situação torna-se mais agravante na relação entre drogas e roubos. Segundo o delegado Antonio Valente, a porcentagem chega a 95%. ?Isso sem considerar os outros crimes, como tráfico e briga de gangues?, destaca o delegado regional. Sendo assim, tratar os dependentes químicos que se envolveram em crimes chega a ser uma medida tão ou mais importante do que puni-los.
A psicóloga Claudiany Morais explica que, ao sentir o ímpeto de consumir drogas, a primeira iniciativa do usuário é gastar o próprio salário. Depois que esse dinheiro acaba, a atitude é tirar objetos de casa e dos familiares. Somente em último caso o dependente pratica assaltos. ?O usuário consegue qualquer forma para suprir a necessidade que o corpo tem da droga?, afirma Claudiany.
Por isso, o dependente químico é visto pela sociedade como uma pessoa má, que tem desvios de caráter. Contudo, a psicóloga adverte que muitos usuários de drogas são, de fato, doentes e não bandidos. ?Claro que não podemos passar a mão na cabeça, mas esse olhar discriminatório é prejudicial até para a recuperação do dependente?, destaca Claudiany.
Até mesmo a família, quando não sabe lidar com as circunstâncias provocadas pela dependência química, termina rejeitando o usuário e entregando-o à própria sorte. Isso porque as pessoas começam a não acreditar mais que o usuário é capaz ou quer se livrar do vício.