Delegado elimina 'tortura' e caso de jovem que andou nua é vingança

Segundo ele, a autora do crime não será autuada por tortura.

|
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

Diferente do que defende a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Barretos (SP), a Polícia Civil descarta a possibilidade de tratar como crime de tortura o caso da jovem de 18 anos que foi obrigada a circular pela cidade nua, com a cabeça e a sobrancelha raspadas.

Para o delegado Marcos Eduardo Marques, a agressão foi motivada por vingança: a agressora descobriu que o marido mantinha um relacionamento com a vítima desde março desse ano. O homem está preso no Centro de Detenção Provisória de Taiúva (SP).

“A intenção da autora foi mais motivado pela vingança. Ela não fez para ter uma certeza, uma confissão. No fundo, essa certeza ela já tinha. O que ela fez foi se vingar da vítima. Raspar a cabeça, tirar a roupa e soltar ela nua pela rua foi uma maneira de humilhar”, disse.

O inquérito instaurado pelo delegado apura os crimes de lesão corporal, sequestro e cárcere privado qualificado, uma vez que causou sofrimento físico e moral à jovem. Marques não descarta, porém, que outros crimes sejam incluídos no inquérito conforme a investigação avançar.

“Pelas declarações da vítima, o que poderia caracterizar crime de tortura é que a investigada exigia que ela confessasse que tinha um relacionamento com o marido dela. No crime de tortura, você provoca sofrimento, dor, para extrair confissão. Não sei se isso seria enquadrado nesse caso. Por hora, acho forçado”, completou.

O delegado afirmou ainda que aguarda o depoimento das testemunhas de defesa para ouvir a agressora, mas disse não acreditar que ela vá negar o crime, uma vez que aparece nos vídeos – publicados na internet por ela mesma – em que a jovem está sendo humilhada.

“Creio que ela vá confessar o crime até pelo fato de que o tiro saiu pela culatra. A intenção dela era realmente divulgar o que fez. Foi ela que publicou, então, ela quis mostrar o que ela fez, de maneira que agora não tem como negar”, disse.

Veja Também
Tópicos
SEÇÕES