Delegado diz que era alvo principal de policial que matou colegas no CE

Antônio Alves Dourado planejava ainda explodir delegacia e asfixiar agentes. Ele se entregou após cometer a chacina em Camocim-Ceará

Delegado regional de Camocim, Adriano Zeferino de Vasconcelos | Reprodução
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O delegado regional de Camocim (CE), Adriano Zeferino de Vasconcelos, revelou que o trágico caso de assassinato de colegas de trabalho foi premeditado. O inspetor Antônio Alves Dourado , que cometeu a chacina e empreendeu fuga em um veículo da polícia antes de se entregar, teria planjeado o crime antes de realizar o massacre.

O delegado ,que está há poucos meses à frente da delegacia,  afirma que, desde o início, já havia recebido ameaças veladas do suspeito que afirmavque iria matar colegas de trabalho. “Há quatro dias que eu estou andando de colete para cima e para baixo”, relatou à reportagem do jornal Metrópoles.

Policial matou quatro colegas na Delegacia Regional de Camocim Foto: Matheus Ferreira

Dos quatro mortos, três eram escrivães da delegacia — Antônio Cláudio dos Santos, Antônio José Rodrigues Miranda e Francisco dos Santos Pereira — e um, inspetor — Gabriel de Souza Ferreira. 

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Ainda de acordo com o delegado, Dourado apresentava comportamentos estranhos nas últimas semanas e tentava criar conflitos na delegacia de todas as formas. Ele afirma que o agente em um momento chegou a se rebelar contra os colegas de trabalho que não corresponderam a ação pois não tinham a intenção de prejudicar o assassino. 

“Não tem nada de surto. Ele preparou tudo para explodir a delegacia. Antes disso, pretendia matar alguns policiais asfixiados, e assim que amanhecesse, o alvo seria eu. O alvo principal, inclusive”,  lamentou. 

O delegado, que ainda permanece em choque com a morte dos companheiros, desabafa."Ele não me matou, mas tirou a vida de policiais excepcionais, exemplares, pais de família, homens trabalhadores, do bem, alegres, que vão deixar saudades à toda comunidade da nossa região.”

Zeferino relata, ainda, que o inspetor sempre se mostrou muito problemático, e já contava com histórico de situações parecidas em outras delegacias.“Ele sempre queria atuar do jeito dele, e não é assim que funciona no serviço público. Não aceitava cumprir escalas pré-programadas. Simplesmente dizia: ‘Não vou fazer'”, relembra Zeferino, que já havia trabalhado com o agente em outro município.

O policial diz ainda não saber o que fazer após os assassinatos, mas que  “Agora é hora de confortar os familiares dos meus colegas de trabalho e manter viva e digna a memória de cada um deles que se foram”.

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