A delegada Adriana Belém, alvo da Operação Calígula, deflagrada na manhã desta terça-feira (10), foi presa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Durante a ação, a força-tarefa apreendeu quase R$ 2 milhões em dinheiro no apartamento dela. O dinheiro estava escondido em sacos de grifes famosas e dentro de uma mala de viagem.
O mandado de prisão foi expedido pela 1ª Vara Especializada do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ).
"O gigantesco valor em espécie arrecadado na posse da acusada, que é Delegada de Polícia do Estado do Rio de Janeiro, aliado aos gravíssimos fatos ventilados na presente ação penal, têm-se sérios e sólidos indicativos de que a ré apresenta um grau exacerbado de comprometimento com a organização criminosa e/ou com a prática de atividade corruptiva (capaz de gerar vantagens que correspondem a cifras milionárias)", diz a decisão do juiz Bruno Monteiro Ruliere.
O juiz cita ainda que o dinheiro achado dá "credibilidade ao receio de que, em liberdade, a ré destrua ou oculte provas ou crie embaraços aos atos de instrução criminal".
Adriana foi nomeada em agosto de 2021 para um cargo na Secretaria Municipal de Esportes e Lazer do Rio de Janeiro. Segundo o portal da transparência, o salário dela é de R$ 8.345,14. Segundo a prefeitura, ela será exonerada nesta terça (10).
Em fevereiro deste ano, a delegada comprou um Jeep Compass, avaliado em quase R$ 200 mil, para dar de presente para o filho que completou 18 anos.
Bingos são alvo do Ministério Público no Rio de Janeiro
Teve início nesta terça-feira (10) a Operação Calígula, deflagrada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), contra uma rede de jogos de azar explorada pelo bicheiro Rogério de Andrade e pelo PM reformado Ronnie Lessa.
Os dois alvos da operação abriram casas de apostas e bingos em diversos estados pelo menos desde 2018.
O delegado Marcos Cipriano está entre os presos. Os policiais cumprem, no total, 29 mandados de prisão e 119 mandados de busca e apreensão. Foram denunciadas 30 pessoas pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O MPRJ afirma que a quadrilha “estabeleceu acertos de corrupção estáveis com agentes públicos, principalmente ligados à segurança pública, incluindo tanto agentes da Polícia Civil, quanto da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro”.
“Nesta esfera, integrantes da quadrilha, membros da Polícia Civil, mantinham contatos permanentes com outros policiais corruptos, pactuando o pagamento de propinas em contrapartida ao favorecimento dos interesses do grupo de Rogério”, destacam os promotores.
“Oficiais da PM serviam de elo entre o grupo e batalhões de polícia, que recebiam valores mensais para permitir o livre funcionamento das casas de aposta do grupo.”