O advogado Ércio Quaresma, que defende o goleiro Bruno de Souza, pediu nesta sexta-feira o adiamento do depoimento dos acusados pelo desaparecimento e morte da estudante Eliza Samudio, previsto para ocorrer na próxima semana. O pedido e outras 18 petições serão analisados pela juíza Marixa Fabiane Lopes, do Tribunal do Júri de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), que deve se pronunciar sobre o assunto até as 14h de hoje.
No documento entregue à juíza na manhã desta sexta-feira, Quaresma alega que o inquérito policial ainda não foi concluído, apesar de o caso já estar em fase de instrução na Justiça, já que a polícia segue realizando buscas à procura do corpo da estudante. Na quarta e na quinta-feira, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil fizeram buscas no parque Lago do Nado, em Belo Horizonte, onde foi encontrada uma blusa feminina e objetos pessoais, que serão periciados.
Ainda de acordo com Quaresma, os advogados de defesa não tiveram acessos a filmagens e outras peças produzidas pela polícia que foram divulgadas recentemente por alguns veículos de comunicação. Entre os exemplos, o advogado cita um vídeo exibido pelo Fantástico, em que Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, participa de uma reconstituição dentro da casa do sítio do jogador. Segundo Quaresma, a reconstituição não consta no processo.
Outra peça que não estaria no processo é uma gravação feita por um policial civil dentro do avião que levou Bruno do Rio de Janeiro a Minas Gerais. A divulgação do vídeo culminou, no dia 19 de julho, com o afastamento das delegadas Ana Maria Santos e Alessandra Wilke, que comandavam as investigações na época.
Audiência
A entrega das petições interrompeu a audiência de uma das testemunhas do caso, prevista para ocorrer na manhã desta sexta-feira. A juíza deve ouvir a partir das 14h um policial que trabalhava na Delegacia de Homicídios de Contagem, que foi a primeira pessoa a receber a denúncia do desaparecimento de Eliza.
Durante a audiência, o advogado Wiler Vidigal, que defende Sérgio Rosa Sales, comunicou à juíza que pretende deixar o caso. Segundo Vidigal, a decisão foi motivada por lealdade ao colega Marco Antonio Siqueira, que defendia o primo de Bruno até a última quarta-feira, quando seu cliente acusou o delegado Édson Moreira de forçá-lo a aceitar sua defesa. Vidigal tem um prazo de dez dias para apresentar seu substituto.