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Danúbia Rangel, ex-mulher do traficante Nem da Rocinha, é presa após dar à luz

Danúbia havia acabado de dar à luz sua segunda filha — a primeira do relacionamento com o cantor MC HCalvin.

Danúbia Rangel | Foto: Reprodução/Instagram
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Danúbia Rangel, apontada pela polícia como a “xerifa da Rocinha”, foi presa neste domingo (6) por agentes da 72ª DP (São Gonçalo), dentro de uma maternidade na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Contra ela havia um mandado de prisão condenatória por tráfico de drogas. Danúbia havia acabado de dar à luz sua segunda filha — a primeira do relacionamento com o cantor MC HCalvin.

De primeira-dama do tráfico à prisão

Danúbia ganhou notoriedade por ser a quarta esposa de Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, ex-chefe do tráfico na Rocinha, com quem teve uma filha. A relação conferiu a ela o título informal de “primeira-dama da Rocinha”, influência que, segundo a polícia, perdura até hoje.

Danúbia Rangel foi a quarta esposa do 'Nem da Rocinha' - Foto: Reprodução

Nem assumiu o comando da favela em 2005, liderando pela facção Amigos dos Amigos (ADA). Sua gestão ficou marcada por uma “paz forçada”, sustentada por corrupção e uma espécie de assistência social à comunidade. Em 2011, foi preso ao tentar fugir da Polícia Federal escondido no porta-malas de um carro. Desde então, cumpre pena em presídios federais, condenado por tráfico internacional, associação para o tráfico e corrupção ativa.

Com a prisão de Nem, o controle da Rocinha passou a Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157 — seu ex-segurança. Inicialmente aliados, os dois romperam, e Rogério passou a ser acusado de extorquir moradores. Danúbia, no entanto, resistiu ao domínio do novo líder.

Perfil controverso

Descrita pelo jornalista e biógrafo Misha Glenny como uma figura rara no universo do tráfico — uma mulher em posição de poder num espaço majoritariamente masculino —, Danúbia foi vista como uma liderança mais ligada à relação com Nem do que por carisma próprio. Natural do Complexo da Maré, era considerada uma “forasteira” por moradores da Rocinha.

Ela foi presa pela primeira vez em 2014, acusada de associação ao tráfico. Após ser solta em 2016, tornou-se foragida ao descumprir medidas judiciais, mas manteve presença ativa nas redes sociais, exibindo uma vida de luxo. Chegou a debochar da própria condição de procurada, publicando selfies com frases como “Foragida sim, de boa também” e ironizando cartazes de busca do Disque Denúncia.

Em 2017, foi novamente presa por ajudar Nem a comandar o tráfico mesmo após sua detenção. Condenada a mais de 8 anos de prisão, voltou aos noticiários em 2022 ao postar selfies dentro da cela, o que causou sua regressão para o regime fechado. Libertada em janeiro de 2024, celebrou com amigos e criou um novo perfil nas redes sociais, onde passou a divulgar conteúdos de estética e gastronomia, declarando estar “renovada”.

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