Crime macabro: Médica sequestradora mentiu sobre parto prematuro para a empregada

Cláudia chegou em casa com uma recém-nascida sequestrada, alegando que “teve o neném antes da hora”.

Bebê foi sequestrado pela médica Cláudia que já havia comprado enxonal e deixado no porta-malas do carrro | Divulgação/Polícia Civil
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

Em depoimento à Polícia Civil, a empregada doméstica da médica Cláudia Soares Alves, de 42 anos, relatou que a patroa havia dito meses atrás que estava grávida. Na manhã de quarta-feira (24/7), Cláudia chegou em casa com uma recém-nascida sequestrada, alegando que “teve o neném antes da hora”.

“Ao chegar para trabalhar, a empregadora Cláudia estava acordada com o bebê no carrinho. Ela chamou a empregada dizendo: ‘Vem cá, quero te mostrar uma coisa’. A empregada viu o carrinho com o bebê e Cláudia explicou: ‘Eu tive o neném antes da hora’”, diz o depoimento obtido pela TV Anhanguera.

Cláudia sequestrou a bebê no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia na noite de terça-feira (23/7). Na manhã de quarta-feira (24), ela foi presa no Jardim Morumbi, em Itumbiara, quando chegava em casa. Atualmente, está detida na Unidade Prisional Regional Feminina de Orizona.

O que alega a defesa

A defesa de Cláudia alega que ela sofre de transtorno bipolar e, no momento dos fatos, estava em crise psicótica, o que comprometeria sua capacidade de discernimento. Segundo o advogado Vladimir Rezende, Cláudia havia mudado recentemente sua medicação devido a uma suposta gravidez, o que teria causado um surto psicótico. “Nossa defesa será baseada nisso, pois é realmente o que aconteceu”, afirmou o advogado.

A empregada doméstica contou que Cláudia havia dito estar grávida de dois meses e chegou a mostrar um exame de gravidez realizado em maio deste ano. No entanto, a funcionária afirmou que não percebeu sinais de gravidez na patroa antes dessa informação, apenas notou que ela estava “mais gordinha”.

Empregada desconfiou

Trabalhando com Cláudia há cerca de quatro anos, a empregada ficou surpresa ao ver a recém-nascida na casa e não acreditou que a menina fosse filha da patroa. Mesmo assim, não fez perguntas e continuou suas atividades, enquanto a médica saiu dizendo que ia comprar coisas para a bebê.

O delegado responsável pela investigação, Anderson Pelágio, não acredita que Cláudia estivesse grávida ou que tenha engravidado recentemente. Ele também duvida da versão da defesa de que a médica estava incapaz de saber o que estava fazendo. Para o delegado, o sequestro foi premeditado.

Durante a abordagem, os policiais encontraram um enxoval novo para uma bebê do sexo feminino. Cláudia alegou que o enxoval era um presente para sua empregada doméstica, que está grávida. No entanto, a polícia desconfia dessa justificativa, já que a funcionária está esperando um menino e os itens encontrados eram para uma menina.

O delegado acredita que o enxoval e a dinâmica do crime indicam uma ação premeditada. Cláudia foi autuada em flagrante por sequestro qualificado. Embora tenha permanecido em silêncio durante o interrogatório, informalmente ela teria dito aos policiais que tomou uma medicação e entrou em surto, o que teria levado ao sequestro da criança.

Carregue mais
Veja Também
Tópicos
SEÇÕES