O número de suspeitas de envenenamento de cães e gatos em Laje do Muriaé, no Noroeste do Rio de Janeiro, subiu para 31. Na segunda-feira(03), protetores de animais encontraram uma cadela morta no bairro Nova Laje. Já no sábado, um cão de cor preta, apelidado de Pretinho, foi descoberto com sangue na boca por uma protetora no Centro do município. Ele foi imediatamente levado para uma clínica veterinária e está internado.
Na última sexta-feira, um cão chamado Duque, com 15 anos de idade, foi encontrado em estado agonizante no bairro Morro do Querosene. Apesar dos esforços para socorrê-lo, infelizmente ele não resistiu. Até o momento, Pretinho e outro cão chamado Simpático, um vira-lata preto e branco de aproximadamente 3 anos, que foi supostamente envenenado no dia 18 de junho, são os únicos sobreviventes dessa onda de ataques. Segundo relatos dos moradores, em menos de um mês, 31 cães e gatos apresentaram sintomas de envenenamento, como fraqueza, convulsões e salivação excessiva.
No dia 25, outra vítima foi registrada. Negão, um cão com mais de 10 anos, foi encontrado próximo à prefeitura, tremendo e com dificuldades respiratórias. Ele foi rapidamente colocado em uma caminhonete para receber atendimento veterinário, mas também não conseguiu sobreviver. A maioria dos animais que apresentaram sintomas de envenenamento estava nas vias públicas da cidade. No entanto, de acordo com membros do Projeto Animal, um grupo de protetores de animais, há relatos de pelo menos dois animais de estimação que foram envenenados no quintal de suas próprias residências.
Estamos com medo. É uma cidade pequena, onde todo mundo se conhece. Vou colocar câmeras de monitoramento na porta de casa para evitar que mais animais sejam envenenados. Eu tinha cinco cães e perdi dois — declaraa protetora de animais e estudante de fisioterapia Victória de Resende Grado.
Princesa, uma vira-lata de pelagem branca, foi uma das primeiras vítimas dessa série de mortes trágicas. Ela foi resgatada das ruas pela protetora e membro do Projeto Animal, Victória de Resende Grado, que também abrigava o cão Blue Heeler. Ambos os cachorros passaram a viver em uma área do quintal, e durante a noite, tinham o costume de sair e retornar pouco tempo depois. No dia 14 de junho, Princesa estava saudável e saiu para dar seu passeio noturno habitual. Ela voltou por volta das 23h30, mas pouco depois começou a apresentar sintomas de mal-estar e, infelizmente, veio a falecer.
— A gente foi dormir e depois ouviu um barulho. Minha mãe foi lá olhar e a encontrou morta. A Princesa estava com a língua azulada, também babou muito e teve convulsão. Pelos sintomas percebemos que ela foi vítima de envenenamento — disse a estudante, que cursou até o quarto período de medicina veterinária.
A 138ª Delegacia de Polícia de Lajes do Muriaé iniciou um inquérito para investigar os casos. Moradores e protetores de animais suspeitam que alguém esteja misturando veneno em alimentos destinados aos animais. Até o momento, nenhum dos cães e gatos falecidos teve suas vísceras retiradas para serem examinadas em laboratório.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) confirmou o recebimento de um ofício da Câmara de Vereadores em 27 de junho, solicitando uma investigação sobre o caso. O MPRJ informou que será aberto um procedimento administrativo interno para tratar do assunto. Além disso, a Promotoria de Justiça de Laje do Muriaé também requisitará a abertura de um inquérito policial para investigar as mortes em série de cães e gatos.