A Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), por determinação da Delegacia Geral da Polícia Civil, engajou-se nas investigações sobre o corpo achado carbonizado na noite de sexta-feira (20), no porta-malas de um carro em chamas na zona rual do município de Igaci, no Agreste de Alagoas. A polícia suspeita que a vítima seja o escrivão José Santos de Oliveira, 39.
Ele trabalhava na Delegacia de Minador do Negrão e estava de plantão em Palmeira dos Índios no dia que desapareceu. Segundo relatos, José Oliveira saiu da delegacia por volta das 18h da sexta-feira (20) para jantar na casa da noiva, que mora em Igaci. Ele foi visto pela última vez, segundo as investigações, por volta das 20 horas. Por volta de 23h, a Polícia Militar recebeu um chamado do proprietário de um sítio informando que havia um veículo da marca Fox, pegando fogo. No local indicado, os policiais encontraram o corpo de um homem carbonizado e um colete da Polícia Civil. Os militares descobriram que o carro e o colete pertencem ao policial que estava desaparecido.
Desde que o corpo foi achado, as polícias Civil e Militar fazem diligências para tentar descobrir os responsáveis pelo crime. Para ajudar nas investigações, o delegado Nilson Alcântara, da Deic, foi enviado a região. Ele informou neste domingo que existem fortes indícios de que a vítima seja mesmo o escrivão, mas disse que apenas o exame de DNA ou de arcada dentária pode confirmar a suspeita.
?No corpo encontrado existe um aparelho dentário semelhante ao que o policial usava. Isso não pode confirmar que ele é a vítima, mas os indícios são fortes. Principalmente porque o veículo encontrado era dele e não existe nenhuma informação sobre seu paradeiro?, disse Alcântara. Sobre as investigações, o delegado informou que ainda estão em andamento.
O policial civil trabalhava há quatro meses em Minador do Negrão e era considerado uma pessoa tranquila pelos colegas de trabalho. O delegado Itamar Uchôa Garcia contou que Oliveira era bastante reservado e que nunca falou sobre algo que pudesse motivar um crime. ?O escrivão trabalhava em Maceió e pediu transferência porque era noivo há quatro anos e pretendia casar no ano que vem. Ele também fazia faculdade na cidade de Palmeira dos Índios?, disse.
Garcia falou que familiares e a noiva do policial já foram ouvidos e confirmaram que ele era uma pessoa pacata e não tinha inimizades. ?Estamos apenas no começo das investigações, mas bastante empenhados em descobrir que aconteceu?, completou o delegado. O corpo carbonizado permanece aguardando identificação no Instituto Médico Legal (IML) de Arapiraca.