Confusão: Estudante é preso injustamente acusado de homicídio

O estudante prefere não falar muito sobre o fato. Contou apenas que permaneceu em um cubículo que tinha apenas um vaso.

Leonardo está feliz por ter retornado para casa | Roberto Moreyra
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O estudante Leonardo Oliveira da Silva, de 19 anos, jamais esteve no Maranhão. Aliás, nunca saiu de São Gonçalo, cidade onde nasceu. Até 27 de abril deste ano, também nunca havia entrado numa delegacia. Nesse dia, sozinho em casa, ele foi surpreendido pela visita de um oficial de Justiça e dois policiais militares. Depois de mostrar seus documentos, foi algemado.

Com um pequeno retardo mental, ele parecia não saber o que acontecia. O estudante estava sendo acusado de um homicídio cometido em 2010. Contra ele havia uma carta precatória expedida pela comarca de Raposa, no Maranhão. Leonardo foi levado à 73ª DP (Neves), onde lá foi verificado um equívoco. Ele era homônimo de um homicida. A confusão aumentou quando foi verificado que sua mãe, a funcionária pública aposentada Marilene Oliveira da Silva, de 58 anos, tinha o mesmo nome da mãe do acusado.

Sensibilizado com a história, o próprio delegado titular da 73ª DP (Neves), Luiz Antonio Ferreira, decidiu manter Leonardo na delegacia até que tudo fosse resolvido. Depois de ficar preso por 32 horas, Leonardo finalmente foi liberado. Dois advogados conseguiram suspender a carta precatória.

O estudante prefere não falar muito sobre o fato. Contou apenas que permaneceu em um cubículo que tinha apenas um vaso, um pedaço de cimento para sentar e o chão para deitar.

- Minha mãe levou comida e café para mim. Para dormir ela me deu um lençol que forrei no chão. Eu não falei nada. Não tinha certeza do que estava acontecendo - contou serenamente.

Marilene diz que o filho, apesar dos problemas, procura levar uma vida normal. Ela tem medo que ele agora fique assustado ao ver um carro de polícia na rua.

- Você ver um filho ser preso pelo erro do outro é muito doloroso. Espero que tudo se resolva - disse.

Apesar da suspensão da carta precatória, Leonardo, o do Rio, ainda continua sendo acusado, no Maranhão, pelo crime cometido pelo homônimo. Os advogados Adriano Gustavo e Paulo de Tarso estão agora recolhendo todos os elementos para serem encaminhados à Raposa, para que o processo aqui do Rio seja extinto.

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