Condenado a mais de 400 anos de detenção, o preso Wanderson Nilton de Paula Lima, de 30 anos, conhecido como Andinho, deve se casar no próximo mês na Penitenciária Mauricio Henrique Guimarães Pereira de Presidente Venceslau 2, a 611 quilômetros de São Paulo.
Andinho é acusado de chefiar um grupo de seqüestradores. Ele está preso desde 2002 e é suspeito, segundo o Ministério Público, de envolvimento na morte do então prefeito de Campinas, Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT, em setembro de 2001. Andinho diz que não é o culpado do crime.
A noiva de Andinho, que é ex-presidiária, deu entrada nos papéis do casamento no dia 12 deste mês em um cartório de registro civil de Presidente Venceslau e já foram publicados editais na imprensa local e na de Campinas, cidade dos noivos, comunicando do casamento, segundo informou o oficial de registro civil, Pedro Roberto Angelo, de 53 anos. Os editais são necessários para comunicar à população do casamento, pois caso a noiva ou o noivo já sejam casados, alguém pode avisar ao cartório. No edital, o noivo declarou ser mecânico e a noiva, motorista.
O casamento foi pré-marcado para o dia 6 de fevereiro, mas, segundo o oficial de registro, depende de autorização da penitenciária para ser realizado no local. De acordo com Ângelo, o juiz que atua no cartório já realizou outros casamentos nessa penitenciária e não houve problemas. Todos os casamentos realizados fora do cartório custam R$ 792,50.
A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) confirmou que a realização do casamento foi autorizada pela Justiça e deve ocorrer na unidade prisional. A secretaria preferiu não divulgar a data.