A Divisão de Homicídios da Capital, da Polícia Civil, começou a realizar a reconstituição da morte de Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, às 11h50min desta sexta-feira, na localidade conhecida como Areal, no Complexo do Alemão. A criança foi morta com um tiro de fuzil. Os dois policiais militares envolvidos na operação que terminou com o menino morto participam da reconstituição.
O relações públicas da Unidade de Polícia Pacificadora, major Marcelo Corbage, afirmou que o trabalho deve durar duas horas. As testemunhas já foram ouvidas e a perícia vai analisar as possibilidades de trajetórias do tiro que atingiu Eduardo com base nos depoimentos. Depois, será a vez dos policiais militares prestarem depoimento para o trabalho da perícia.
A Polícia Civil também faz, simultaneamente, a reconstituição das mortes da dona de casa Elizabeth de Moura Francisco, de 41 anos; e do capitão da PM Uanderson Manoel da Silva, de 34 anos. Dos 120 policiais que participarão dos trabalhos, 22 são PMs que estavam envolvidos nas operações que resultaram nestas três mortes, ocorridas no Complexo do Alemão.
O vendedor Edson Rosa, de 45 anos, saiu do Centro só para acompanhar a reconstituição do crime. Com dois cartazes, ele escreveu o lema “Je suis Eduardo” (Somos Eduardo, em tradução do francês) e “Dor de mãe por filho assassinado não tem preço”.
— Vim de trem até Bonsucesso e, de lá, subi o morro a pé. Consegui ir até a casa do menino Eduardo, mas a polícia tirou a gente de lá. Costumo ir às manifestações e hoje fiz questão de acompanhar a reconstituição — afirmou Edson.
Ao ver os jornalistas, um grupo crianças gritou pedindo paz.