Com júri adiado, Macarrão pode até assumir culpa para livrar Bruno de uma condenação

Manobra garantiria a absolvição de Bruno.

Bruno volta para presídio após adiamento de julgamento. | Foto: Reprodução
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O assistente de acusação Cidnei Karpinski disse no fim da manhã que Luiz Henrique Romão, o Macarrão, pode assumir a culpa pelamorte de Eliza Samúdio. Esta pode ser mais uma das reviravoltas do julgamento dos acusados pelo desaparecimento e morte de Eliza.

- O réu Macarrão pode vir a assumir toda a culpa. Essa pode ser uma manobra para tentar a absolvição de Bruno. Infelizmente é uma manobra legal - disse Cidnei.

O terceiro dia do julgamento já começou com uma reviravolta. A juíza Marixa Fabiane Rodrigues decidiu desmembrar o júri do goleiro Bruno Fernandes, acusado de ser o mandante do crime, depois de o advogado Lúcio Adolfo da Silva entrar na defesa do jogador. O novo advogado do atleta alegou que, como não conhece o processo, precisa de tempo para estudá-lo. O promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro considerou que esse pedido é uma manobra da defesa para adiar o julgamento, mas a juíza, mesmo concordando, disse que o novo advogado precisa de mais tempo para conhecer o processo. Alegando dificuldades para "arregimentar jurados em janeiro e fevereiro", a juíza remarcou o júri de Bruno, Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e Dayanne Rodrigues, ex-mulher do jogador, para 4 de março de 2013. O julgamento de Bola e Dayanne já havia sido desmembrado.

? Não obstante haver claras evidências de manobra, por outro lado também é verdade que o documento que foi apresentado a mim foi de substabelecimento. Estou acolhendo o pedido da defesa para conceder ao advogado prazo para o conhecimento do processo ? justificou a juíza.

Com a decisão da juíza de desmembrar o processo, o julgamento, que começou na segunda-feira com cinco réus, continua com apenas com dois: Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada de Bruno. A decisão foi tomada depois que o advogado principal de Bruno, Francisco Simim, renunciou ao posto de defensor de goleiro. Simim apresentou um documento no júri chamado substabelecimento, sem reserva de poderes, para que o advogado Lúcio Adolfo da Silva assuma a defesa em seu lugar. Ao assumir a função, Lúcio disse que não há manobra, e que é seu direito constitucional exercer a defesa de Bruno.

? Não é manobra, meu interesse é participar da melhor forma, com lealdade. Nós temos esperança que se faça Justiça. Vocês acham que nesse ambiente tenso é possível fazer um julgamento isento? ? afirmou o defensor do goleiro.

Já o promotor Henry de Castro acusou os advogados atentarem contra quem quer trabalhar. ? Algumas das defesas, sob a capa da astúcia e da bravata, só manobram ? disse o promotor. Para ele, não haveria necessidade de adiar o júri, já que Francisco Simim apresentou um documento para dar poderes ao advogado Lúcio Adolfo da Silva. Henry de Castro salientou ainda que o Estatuto da Advocacia dispõe que o advogado que renunciar ao mandato continuará, durante os dez dias seguintes, a representar o mandante. O promotor lembrou que o réu tem outros dois defensores. Um deles é Tiago Lenoir, que entrou na defesa do goleiro Bruno com a saída de Rui Pimenta. Os dois manifestaram oralmente adesão ao substabelecimento formalizado por Francisco Simim, e há ainda um quarto defensor regularmente constituído, que não está no plenário.

Com a saída dos advogados Francisco Simim e Tiago Lenoir (que havia entrado quando Rui Pimenta foi dispensado) , Bruno agora é defendido Lucio Adolfo da Silva e Antonio da Costa Rolim. Por volta das 10h, a sessão foi interrompida, pois o promotor Henry de Castro saiu do plenário em diligência para ver os aparelhos celulares apreendidos com testemunhas de defesa. O julgamento foi retomado por volta das 11h30m, com o depoimento de Sônia de Fátima da Silva Moura, mãe da vítima Eliza Samúdio. Ela foi arrolada pela defesa de Macarrão. O corréu Elenilson Vítor da Silva também foi dispensado.

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