
A Coluna do Padula do MeioNews teve acesso a um novo vídeo, que mostra o carro do bancário Thiago Arruda Campos Rosa, de 32 anos, trafegando em alta velocidade e batendo no canteiro, momentos antes de atropelar e matar o cantor de pagode, Adalto Mello, de 39 anos, na avenida Tupiniquis, bairro Japuí, em São Vicente, litoral de São Paulo, no dia 29 de dezembro de 2024. Na ocasião, o bancário foi preso após o teste do bafômetro dar positivo.
No vídeo, é possível ver que Thiago, ainda faz uma ultrapassagem e na sequência acerta em cheio a moto onde estava Adalto. O veículo chega ainda a derrapar algumas vezes até parar. O motorista do automóvel responde pelo crime de homicídio doloso com dolo eventual, quando se assume o risco de matar. A defesa do bancário, no entanto, diz que o traçado da pista aliado à falta ou até mesmo a negligência na conservação da sinalização, contribuíram para o acidente. A defesa ainda completa informando que Thiago não viu a vítima “até pouco antes do impacto". Fala essa que pode ser desmentida pelo vídeo, segundo o que declarou a assistente de acusação (advogada da vítima).
O QUE DIZ A DEFESA DO RÉU?
Os advogados do bancário, apresentaram à Justiça, um laudo pericial particular apontando que Thiago não viu Adalto antes do impacto. Motivo esse, que eles pedem que Thiago responda por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
“A defesa técnica refuta por completo a acusação de homicídio qualificado com dolo eventual, eis que as circunstâncias e a dinâmica do acidente evidenciam justamente o contrário: as imagens de monitoramento demonstram por todos os ângulos uma imprudente ultrapassagem pela direita, ou seja, o resultado morte de Adalto em momento algum foi quisto e previsto pelo motorista”, diz um trecho da nota.
O documento que foi contratado em abril é uma resposta à denúncia feita pelo Ministério Público à Justiça, que acabou e tornou Thiago réu por homicídio doloso com dolo eventual (quando se assume o risco de matar). Em resumo, o documento diz que o traçado da vida (que seria a trajetória ideal), junto com a falta ou a negligência na conservação da sinalização, foram fundamentais para o acidente. O local onde aconteceu o atropelamento, segundo a perícia, não apresenta condições visuais adequadas mesmo para quem trafega em uma reta e por fim, cita que no trecho da colisão, há um estreitamento da via e que a sinalização é inadequada.
Por fim, a defesa de Thiago, diz que ele não viu o cantor na moto até chegar bem perto dele, quando não havia mais tempo de desviar, causando o acidente e a morte.
O titular desta coluna, procurou o advogado Dr. Mário Badures, que respondeu alguns dos questionamentos. Entre eles, sobre o vídeo e o que isso pode mudar na defesa de Thiago. Em nota, o advogado disse que o laudo pericial é pontual e sintomático a fim de demonstrar uma conduta culposa e que aguarda o reconhecimento da modalidade culposa.
“O competente laudo pericial é pontual e sintomático em demonstrar que, de fato, trata-se de uma conduta culposa, algo bem diverso da pretensão da Acusação e das inverídicas polêmicas alimentadas nas mídias sociais que distorcem a realidade dos fatos. A defesa técnica aguarda, portanto, o reconhecimento da modalidade culposa, eis que a corrente majoritária das Cortes Superiores verte nesse sentido”, disse a nota.
O QUE DIZ A ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO?
Como manda a boa ética jornalística, o titular desta coluna, também procurou a advogada de Adalto, Dra. Sabrina Dantas, que informou que com esse novo vídeo mostra o contrário do que diz o laudo pericial contratado pela defesa de Thiago.
“Ele não se perdeu no estreitamento, ele já vinha se perdendo antes, já vinha em alta velocidade e chegou a raspar o canteiro, quase subir no canteiro, muito antes de chegar no estreitamento da pista, que o laudo tenta usar como culpado pelo atropelamento, disse Sabrina.
A advogada ainda rebate, o fato da pista não ter sinalização e/ou faltar iluminação.
“Esse vídeo confronta o laudo particular que foi juntado aos autos que alega que ele [Thiago], se perdeu no estreitamento de pista, onde é possível ver que não tem nada a ver com estreitamento de pista, má iluminação, já vinha bem alcoolizado e em altíssima velocidade, quase subindo o canteiro central”, complementa a assistente de acusação.
Veja o vídeo:
LAUDO ILEGAL?
Nossa equipe recebeu a informação de que o laudo apresentado pela defesa de Thiago, tem ilegalidade. Em um trecho do documento ao qual tivemos acesso, o promotor diz que há um desrespeito à legislação. A motivação seria por conta da não indicação da Justiça em relação à execução do tal pedido.
Questionamos o advogado do bancário Thiago, que informou que “as partes no processo penal podem juntar documentos (entre eles laudos particulares, pareceres, etc) em qualquer fase do processo”, entretanto, como não havia recebido intimação sobre o laudo, não poderia comentar sobre o assunto.
O CASO
Adalto Mello, de 39 anos, morreu após um acidente de trânsito em São Vicente, no litoral de São Paulo, na madrugada do dia 29 de dezembro de 2024. O motorista do carro, Thiago Arruda Campos Rosa, de 32 anos, foi preso após realizar o teste do bafômetro, cujo resultado foi positivo. Adalto voltava para casa, após ter feito um show na Praia Grande.
Na ocasião, imagens de câmera de segurança registraram o momento em que um carro branco, ultrapassa um veículo preto e em alta velocidade, acaba atingindo Adalto em cheio. A Secretaria de Segurança Pública informou que policiais militares foram acionados para atender a ocorrência e, no local, encontraram um carro batido contra uma árvore, além de uma motocicleta caída no chão.
Formado em Educação Física, Adalto era divorciado e morava com a mãe em Santos. Ele teve um filho fruto do antigo casamento. O menino, de 10 anos, visitava o pai de 15 em 15 dias, aos feriados e férias.
O motorista do carro passou pelo teste do bafômetro e o resultado apontou 0,82 mg/l, o limite legal é de 0,05 mg/l. Ele tinha no sangue o valor de 15 vezes mais do que o legalizado. Na ocasião, o bancário, tinha publicado fotos nas redes sociais, em uma piscina. Amigos confirmaram em depoimento que ele havia ingerido bebidas antes do acidente. Na ocasião dos fatos, o carro onde estava Thiago, também tinha três pessoas, que logo após o acidente fogem do local do crime. O próximo vídeo, mostra o momento em que o bancário aparece numa piscina, em uma festa com amigos e no local do acidente sendo confrontado por populares: