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Lucas Padula

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Novas imagens mostram momento que idoso é atropelado enquanto estava sentado na calçada em Santo André

A família da vítima tenta reunir provas para que o motorista responde pelo crime de homicídio doloso

Luiz Antônio estava sentado na calçada quando foi atingido. Foto: Arquivo pessoal/Reprodução | Luiz Antônio estava sentado na calçada quando foi atingido. Foto: Arquivo pessoal/Reprodução

Luiz Antônio estava sentado na calçada quando foi atingido. Foto: Arquivo pessoal/Reprodução

O titular desta coluna teve acesso a um novo vídeo que mostra o momento do atropelamento que matou o idoso Luiz Antônio Previatello, de 74 anos, na última quarta-feira (29), na rua Calábria, Parque Novo Oratório, bairro de Santo André. O vídeo desmente a versão dada pelo motorista Eloi Henrique Guide, de 39 anos, que informou que se assustou com um ônibus. 

No vídeo, é possível observar que o carro vermelho de alto valor dirigido por Eloi, aparece nas imagens na esquina da rua Fenícia, quando um ônibus que está na rua Calábria para para esperar a decisão do carro vermelho é nesse momento, que Eloi acelera e atinge o idoso que estava sentado na calçada. Segundos depois, a mulher de Luiz sai e encontra o marido caído na calçada. Eloi permanece no carro por pelo menos dois minutos. 

Após o acidente, o homem que se apresentou como mecânico, se recusou a fazer o teste do bafômetro. Uma garrafa de uísque foi encontrada dentro do carro. Populares gravaram o momento que o homem não consegue ficar em pé e apresentava sinais de embriaguez. Ele ofereceu resistência durante a perícia e no momento em que foi preso, foi encaminhado ao IML para realização de exames e foi constatado que o homem estava alcoolizado e teria feito uso de cocaína momentos antes do acidente. Ele disse à polícia que se assustou com o ônibus e por isso acelerou, mas as imagens mostram o contrário. Nossa equipe tentou localizar a defesa de Eloi, mas não conseguimos resultados. O espaço segue aberto. Veja a nova imagem:

HOMICÍDIO DOLOSO OU CULPOSO? 

Fica a pergunta, Eloi assumiu ou não o risco de matar? Para a defesa da família da vítima, está mais que claro que o motorista assumiu completamente o risco de matar. O titular desta coluna esteve nesta terça-feira (6), no 2º Distrito Policial para falar com a família e com a defesa da vítima.

A defesa tentou colocar mais provas no processo que investiga o caso e tentar mudar a tipificação do crime, de culposo, quando não há intenção para doloso, quando se assume o risco de matar. Mas ao chegar na delegacia, descobriram que o motorista agora responde por “acidente de trânsito com vítima fatal”, cuja a pena varia dependendo da gravidade da conduta e intenção do condutor. 

“Na realidade, a autoridade policial que instaurou o inquérito, com as informações que ela tinha no momento ela autuou pelo crime 302 [código penal] como acidente de trânsito e nossa indignação é justamente porque a gente busca a questão do dolo eventual e a gente precisa que isso seja feito, porque se não ele vai ser indiciado por uma pena que se ele for condenado, poderá responder em liberdade. Entretanto, o Eloi é uma pessoa que possui um vasto histórico com drogas, com álcool e a gente está na luta para tentar impedir que haja essa reincidência novamente, porque se ele entrar em liberdade, certamente ele irá beber novamente e vai causar vítimas fatais”, disse a dra. Pamela Almeida, advogada da família da vítima. 

Para tentar reverter essa situação, os advogados foram até o fórum de Santo André para colocar novas provas na denúncia e pedir a inclusão ou que o processo volte à delegacia para que sejam inseridas novas provas. 

“Nosso próximo passo é buscar um contato com o Ministério Público (MP), já tivemos acesso aos autos e sabemos que ele já foi para o MP se manifestar então nosso objetivo agora é ter uma reunião com o MP para ver qual a avaliação que ele faz e trazer nossos argumentos para que ele possa efetivamente colher os dados necessários ou determinar o retorno dos autos ao Distrito Policial ou efetivamente diligenciar até o momento que ele oferecer a denúncia no processo”, disse o advogado Dr. Luiz Antonio Nazareth. 

O que tudo indica é que Eloi, tenha vários problemas relacionados ao trânsito, como um acidente que teria ocorrido no litoral de São Paulo e um outro onde ele teria batido em carros parados. A defesa da família disse que tenta buscar provas com base nas falas de testemunhas que ele tenha disputado racha na Avenida Jorge Beretta e que estaria consumindo bebidas em um posto de combustível e em PUB também na região próxima do acidente. 

Foto: Reprodução

O QUE DIZ OS PARENTES DA VÍTIMA?

Nossa equipe também conversou com os parentes da vítima. A representante da família, Luciana Previatello, nora de Luiz, contou a nossa equipe que segue revoltada com o fato de ter que lutar para fazer com que Eloi responda por homicídio doloso. 

“É um sentimento de revolta, porque nós gostaríamos que a lei fosse aplicada com rigor e não reduzir esse crime a trânsito, não foi um carro que pegou numa bicicleta, não é um acidente de trânsito, meu sogro morreu, o cara estava alcoolizado, estava drogado, passou a noite em bebedeira, meu sogro só estava sentado na calçada, é uma revolta. Nós estamos aqui para conversar com o delegado, ele não está, mas nós vamos ao Ministério Público para que seja feito esse esclarecimento, a família não foi ouvida que inquérito é esse que a família não é ouvida”, disse revoltada a nora da vítima.

A filha de Luiz, Viviane Previatello, também esteve na delegacia, emocionada, ela pediu por justiça. 

“Nós viemos clamar por justiça. Primeiramente justiça pela honra do meu pai, que não merecia ter partido da forma que foi por um assassino sem vergonha. Esse cara não podia estar na rua, esse cara já tem passagens pela polícia por agressão a mulher, ele já tem passagens por estelionato e lei de trânsito e o que ele estava fazendo na rua bêbado, drogado como mesmo sai no laudo para atropelar meu pai, que estava ali, um homem de bem, que estava apenas aguardando a minha filha para ir a faculdade às 6h da manhã”, disse emocionada a filha.

O resumo desta matéria você confere no programa “Patrulha”, apresentado hoje por Helder Felipe:

*** As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.
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