Um vídeo gravado na noite de domingo (21) debaixo do Viaduto de Santa Tereza, no centro de Belo Horizonte, mostra dois policiais militares perto de colchões de moradores de rua pegando fogo. Quando o vídeo tem início, os objetos já são queimados e não é possível ver quem teria provocado as chamas. Manifestantes que se reuniam ali perto cercam os militares e os acusam de ter começado o incêndio.
O assunto se espalhou pelas redes sociais nesta segunda-feira (22). Em nota, a Assembleia Popular Horizontal acusa a PM de destruir os pertences de moradores de rua e sair do local sem prestar satisfações ao perceber a gravação.
? Os moradores de rua relatam que estavam dormindo quando foram acordados para serem duramente revistados e que, como a polícia não achou nada para criminaliza-los, atearam fogo em um colchão, roupas e cobertores.
Ativistas registraram a ocorrência pelo disque-denúncia 181, o que foi confirmado pela PM.
Justiça proíbe polícia e prefeitura de recolher pertences de moradores de rua em BH
Procurado pela reportagem, o comando da 1ª Região da Polícia Militar afirmou que situação teria sido armada por um grupo de manifestantes. Segundo o capitão Sandro Alex, um dos policiais que teve o nome divulgado no vídeo, Gedir Rocha, está de férias há duas semanas.
? Vai haver uma apuração detalhada, mas, a princípio, houve a armação por grupos com interesses particulares. Houve uma denúncia de uso de drogas, e quando os policiais abordaram os moradores, um grupo de 100 pessoas começou a agredir verbalmente a polícia. Segundo os militares, o fogo já havia sido ateado nos colchões quando eles chegaram. Colocaram inclusive um colchão queimado em cima do posto policial.