Cinco acusados de matar ex-prefeito Celso Daniel vão a juri hoje

Julgamento terá início às 9h30 no fórum de Itapecerica da Serra, em SP.

Crime aconteceu em 2002 | Reprodução/TV Globo
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O julgamento de cinco acusados da morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, em janeiro de 2002, tem início previsto para as 9h30 desta quinta-feira (10) no Fórum de Itapecerica da Serra, na região metropolitana de São Paulo. Serão julgados os réus Itamar Messias Silva dos Santos, José Edson da Silva, Elcyd Oliveira Brito, Rodolfo dos Santos Oliveira e Ivan Rodrigues da Silva.

Para o MP, eles foram contratados após Celso Daniel, do PT, descobrir que um esquema de corrupção montado na Prefeitura com o seu consentimento para obter verbas que financiariam a campanha presidencial daquele ano do ex-presidente Luíz Inácio Lula da Silva estavam sendo desviadas para o uso pessoal dos envolvidos.

O promotor Márcio Augusto Friggi de Carvalho afirmou que levará ao julgamento provas técnicas e relatos de testemunhas incluídos na investigação para comprovar que o crime teve motivação política. O Ministério Público espera condenar os réus por homicídio duplamente qualificado, sob a acusação de que receberam para cometer o crime político e por não terem dado à vítima oportunidade de defesa.

Friggi adiantou nesta quarta-feira (8) que entre os elementos que serão apresentados estará uma confissão feita por um dos réus, Elcyd, o que derruba a tese já apresentada pelo grupo de que a intenção na noite do sequestro era abordar um empresário e que, após insucesso, acabaram abordando o prefeito, sem saber de quem se tratava. A confissão deste réu será uma das provas de que houve crime político. O promotor adiantou ainda que apresentará uma relação de telefonemas trocados entre os acusados.

Segundo o promotor, nesta quinta devem ocorrer oitivas e, na sexta-feira (11), os debates e a decisão do júri. Para ele, a condenação pode ter reflexo no julgamento de Sérgio Gomes da Silva, conhecido como Sombra, segurança de Daniel. Sombra é apontado como mandante do crime.

Histórico do caso

No dia 18 de novembro de 2010, a Justiça condenou à revelia o primeiro dos sete acusados de envolvimento no assassinato de Celso Daniel. Na ocasião, Marcos Roberto Bispo dos Santos, que continua foragido, foi condenado a 18 anos de prisão por participação na morte de Celso Daniel.

O promotor Francisco Cembranelli, que se notabilizou por sua atuação no caso Isabella, que resultou na condenação do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, foi o responsável pela sustentação oral aos jurados no julgamento de Marcos Roberto.

Adriano Marreiro, advogado do réu, alegou que não havia provas contra o seu cliente e recorreu da decisão da Justiça. Em depoimentos antes do julgamento, Marcos chegou a confessar o crime à Polícia Civil, mas depois, em juízo, negou essa versão e disse que havia sido torturado para confessar um crime que não cometeu.

Em sua sentença na ocasião, o juiz Antonio Augusto Galvão de França Hristov, o mesmo que conduzirá o júri nesta quinta-feira, citou que o crime causou "dessassego social" devido ao cargo ocupado pela vítima.

Três processos

Três processos apuraram a morte de Celso Daniel. Em um, estão cinco réus, os que serão julgados a partir de quinta-feira. Em outro, estava apenas Marcos dos Santos. E no terceiro, há mais um: Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, apontado como o mandante da morte, que responde em liberdade devido a um habeas corpus concedido pelo STF.

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