Reportagens publicadas neste sábado na imprensa americana afirmam que a CIA (Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos) teria usado armas, furadeiras elétricas e técnicas de tortura psicológica para extrair informações de suspeitos de cometer atos terroristas.
As reportagens publicadas pelo jornal Washington Post, pela revista Newsweek, e pela Agência de Notícias Associated Press (AP) trazem detalhes de um relatório compilado em 2004 pelo então inspetor-geral da CIA.
O documento foi mantido em sigilo até agora, mas será divulgado esta semana. A publicação do documento foi requisitada pela União Americana de Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês).
De acordo com as informações obtidas pela imprensa americana, uma arma e uma furadeira elétrica foram usadas durante o interrogatório de Rahim al-Nashiri, suposto comandante da Al-Qaeda e acusado de planejar um atentado contra o navio USS Cole, da Marinha dos Estados Unidos, em outubro de 2000. O relatório da CIA afirma que a furadeira foi posicionada perto da cabeça de al-Nashiri e teria sido ligada e desligada repetidas vezes. Os agentes da CIA ainda teriam lhe mostrado uma arma para fazê-lo acreditar que seria morto
. Em um outro caso, uma arma teria sido disparada em uma outra sala para que um detido achasse que outro suspeito havia sido morto. Afogamento Documentos da CIA já revelados a pedido da ACLU indicam que al-Nashiri foi apenas um dos detidos no centro de detenção de Guantánamo, em Cuba, a serem submetidos a técnicas severas de interrogatório, como o "afogamento". Esta prática foi uma das inúmeras táticas de interrogatório aprovadas pelo Departamento de Justiça Americano em 2002, durante o governo de George W. Bush.
O presidente Barack Obama condenou a prática e a qualificou de "tortura". A lei americana proíbe que detidos sejam ameaçados com morte iminente. O procurador-geral americano, Eric Holder, está considerando investigar as técnicas de interrogatório em prática durante o governo Bush. O oficial aposentado da CIA que liderou a investigação em 2004 disse que o documento que será divulgado esta semana traz um relato de como a CIA atuou durante o programa secreto de detenção e interrogatório iniciado após os atentados de 11 de setembro de 2001.