Uma piauiense morreu em um acidente de trânsito no Distrito Federal na última terça-feira (1º) após seu Toyota Etios colidir com outro veículo, estacionado em uma faixa de pedestres próxima ao Terminal Rodoviário da capital.
O que poderia ser apenas mais uma tragédia nas estradas tornou-se mais grave devido à falha fatal no airbag do carro, que, ao ser acionado, disparou um fragmento que perfurou o pescoço da vítima, levando-a à morte no local, segundo a Polícia Militar. Com informações do Infomoney.
AIRBAGS MORTAIS
Problemas com airbags defeituosos têm sido uma preocupação recorrente nos últimos 14 anos. Tudo começou com os airbags da fabricante japonesa Takata, que em 2010 começou a apresentar falhas.
Em 2013, essas falhas foram formalmente identificadas, levando a uma série de recalls a partir de 2014, quando começaram a ser associados a mortes fora do Brasil.
O problema ocorre porque, durante o acionamento do airbag, uma cápsula com nitrato de amônio pode explodir, projetando fragmentos metálicos perigosos, em um efeito semelhante ao de uma bomba.
O RECALL
A fabricante Takata declarou falência em 2017, após o aumento no número de vítimas fatais relacionadas ao defeito. Esse recall, um dos maiores da história, já abrange cerca de 100 milhões de veículos em todo o mundo, dos quais 5,9 milhões estão no Brasil.
No entanto, segundo a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), cerca de 2,6 milhões desses veículos ainda circulam pelo país sem terem passado pela troca necessária do airbag defeituoso.
Para o consultor automotivo Milad Neto, é imprescindível que as empresas adotem uma comunicação mais eficaz sobre os recalls e que os proprietários sejam mais proativos em procurar as concessionárias para realizar a substituição gratuita das peças. Segundo Neto, o recall é uma obrigação legal definida pelo Código de Defesa do Consumidor, mas muitas vezes os próprios proprietários ignoram ou não dão a devida atenção ao chamado.
Ele também destaca a falta de fiscalização e de penalidades para quem não atende a um recall ativo. “Não há barreiras ou sanções para a venda de veículos com recalls pendentes, o que agrava o problema. Os órgãos públicos deveriam implementar controles mais rigorosos para evitar que veículos em situação de risco continuem circulando sem o devido reparo”, concluiu.
COMO VERIFICAR RECALL ATIVO?
Para verificar se o seu veículo tem um recall ativo, o proprietário pode acessar o site da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) e fazer uma consulta rápida. Basta inserir o número do chassi ou a placa do veículo para saber se há alguma campanha de recall pendente. É um procedimento simples que pode salvar vidas.