Traficantes de drogas utilizam o cemitério do Bairro Buenos Aires, zona Norte de Teresina, como boca de fumo. Usuários de drogas de diversos pontos da cidade são atraídos para o local, onde o consumo de substâncias entorpecentes é elevado. A presença dos "maconheiros" e de usuários de outros produtos inibe moradores do bairro, que por vezes deixam de visitar os túmulos de parentes, temendo agressões de vândalos que frequentam o cemitério, um dos maiores de Teresina. Alheia a essa problemática, a polícia não faz ronda no local, o que facilita a ação de traficantes e usuários de drogas.
"Os viciados da região entram por uma parte do muro quebrado e ficam aí dentro usando todo tipo de droga. Eles não escolhem horário. É de manhã, à tarde e à noite", denuncia uma moradora, pedindo para não ser identificada, por temer agressão dos traficantes.
Ela acredita que os assaltos que acontecem na comunidade são realizados por esse grupo que utiliza o cemitério como ponto principal de venda e uso de drogas. "Todos são conhecidos aqui na região e as pessoas evitam visitar seus mortos com medo desse pessoal. Todo mundo sabe que a droga é a porta de entrada para outras atividades proibidas", alerta.
Os moradores das proximidades do cemitério do Buenos Aires reclamam, ainda, do abandono do local. Por toda a área interna, o mato já chega à altura de uma pessoa e está muito difícil para as pessoas encontrarem o túmulo de familiares e amigos. No cemitério, apesar do tamanho do mato, a proximidade de algumas sepulturas está capinada. "É a família que paga alguém para fazer a limpeza. "A SDU só manda limpar na proximidade do Dia de Finados que é quando o cemitério recebe muitas visitas. Nesse período de chuva não tem jeito, o mato cresce mesmo", diz a também moradora do Buenos Aires Maria do Socorro Feitosa.
Ela acredita que se aumentassem o muro e o serviço de capina fosse mais pontual, os viciados em droga terminariam por abandonar o cemitério.
Cemitérios vão passar por limpeza
A Prefeitura de Teresina informa que todos os cemitérios vão ser capinados e varridos para o Dia das Mães. Os serviços já começaram pelo cemitério do Renascença, zona Sudeste, mas todos os outros vão passar pelo processo de limpeza para receber o grande número de visitantes do Dia das Mães. A Superintendência de Desenvolvimento Urbano Sudeste (SDU) foi a primeira a promover serviços de capina, varrição, recolhimento de lixo, além de pequenos reparos.
O gerente de Serviços Urbanos da SDU Sudeste, Alexandre Silveira, destaca que 40 homens executam o trabalho. "Depois do Dia de Finados, o Dia das Mães é a data em que os cemitérios recebem mais visitantes. O cemitério recebe ações de limpeza e manutenção durante todo o ano; porém, quando se aproximam as datas de maior visitação, intensificamos os trabalhos", comenta Silveira.