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Caso Vitória: Laudos indicam presença de sangue da adolescente na casa do principal suspeito do crime

As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (16).

Maicol Santos confessou ter matado Vitoria Sousa. Defesa dele quer pedir anulação do interrogatório por dizer que cliente foi coagido a confessar | Foto: Reprodução
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Laudos periciais confirmaram a presença de vestígios de sangue de Vitória Sousa na residência de Maicol Santos, principal suspeito de envolvimento na morte da jovem em Cajamar, na Grande São Paulo. Ele está preso desde 8 de março e poderá ser indiciado por homicídio qualificado, sequestro e ocultação de cadáver. Com informações da CBN.

RESULTADOS DOS EXAMES

A Polícia Civil aguardava os resultados dos exames periciais para concluir o inquérito e solicitar a conversão da prisão temporária do suspeito em prisão preventiva. As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (16).

Segundo a investigação, também foram encontrados vestígios genéticos da vítima no carro de Maicol. Na casa dele, marcas de sangue foram identificadas no batente da porta do banheiro. A polícia trabalha com a hipótese de que ele tenha agido sozinho.

O laudo necroscópico elaborado pelo Instituto Médico Legal (IML) indica que Vitória morreu em decorrência de hemorragia interna e externa causada por lesões graves.

A Polícia Civil informou ainda que uma reconstituição do crime está prevista para ocorrer em 24 de abril, após a realização de uma avaliação psiquiátrica no suspeito.

Vitória desapareceu no dia 27 de fevereiro, após sair do trabalho em um shopping e embarcar em um ônibus para casa. O corpo foi localizado em uma área de mata no dia 5 de março, com sinais de violência. A Justiça de São Paulo prorrogou a prisão temporária do suspeito por mais 30 dias na semana passada.

Defesa contesta confissão gravada

Durante as investigações, Maicol confessou o crime em depoimento gravado em vídeo na delegacia. No interrogatório, afirmou que agiu sozinho e alegou ter reagido após ser agredido pela vítima. A defesa, no entanto, afirma que ele foi coagido a confessar e que não estava presente no momento do depoimento.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), uma advogada, que não integrava a defesa de Maicol, foi chamada para acompanhar o interrogatório, garantindo sua legalidade. Posteriormente, os advogados do suspeito gravaram um áudio no qual ele afirma ter sido pressionado por um delegado a admitir o crime. A equipe jurídica estuda solicitar a anulação da confissão na Justiça.

Motivações apontadas pela investigação

A Polícia Civil apura se o crime foi motivado pelo receio de que a jovem revelasse um relacionamento anterior com Maicol para sua atual companheira. Segundo a investigação, ele teria ido ao encontro de Vitória e a levado de carro após o desembarque do ônibus. Durante o trajeto, os dois teriam discutido. O suspeito alega que foi agredido pela vítima e que, durante a discussão, desferiu golpes de faca no pescoço da jovem.

Em vídeo gravado pela polícia, Maicol relata: “Comecei a conversar com ela, que não era pra ela falar com a minha esposa. Nisso, ela se alterou e começou a brigar. Começou a me agredir. E foi a hora que eu reagi. Sempre andei com uma faca no carro. No momento da exaltação, acabei desferindo dois golpes no pescoço dela”.

Ainda segundo ele, após o crime, levou o corpo para sua casa e, posteriormente, o enterrou em uma área de mata próxima. Ambos residiam em bairros da zona rural de Cajamar.

A perícia não encontrou indícios de violência dentro do veículo do suspeito. Os investigadores também apuram comportamentos obsessivos por parte de Maicol, descrito como alguém que monitorava constantemente a rotina da jovem.

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