Em um desenvolvimento significativo para o caso do atentado contra a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, o ex-PM Élcio de Queiroz fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Como parte desse acordo, ele forneceu detalhes cruciais sobre o ocorrido durante o atentado.
Desde 2019, Élcio de Queiroz, ex-PM, e seu amigo, o ex-policial reformado Ronnie Lessa, encontram-se detidos, aguardando julgamento pelo Tribunal do Júri. A data da sessão ainda não foi marcada, enquanto ambos permanecem sob custódia pelas acusações relacionadas ao atentado contra a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.
Em seu depoimento, que já foi homologado pela Justiça, Élcio admitiu ter sido o motorista do veículo Cobalt prata utilizado no ataque, e afirmou que Ronnie foi de fato o responsável pelos disparos que resultaram na morte da vereadora Marielle. Além disso, Élcio também revelou que o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, originalmente designado para participar da emboscada, foi substituído por ele no momento do atentado. Suel, de acordo com Élcio, teve o papel de fazer campanas para vigiar Marielle antes do ocorrido. Todos esses detalhes emergiram em sua confissão.
Suel foi preso nesta segunda-feira na Operação Élpis, primeira fase da investigação que apura os homicídios de março de 2018. Em 2021, Suel foi condenado a quatro anos de prisão por obstrução das investigações, entretanto, cumpria a pena em regime aberto. O ex-bombeiro havia sido preso em junho de 2020. Conforme o MPRJ, Maxwell Simões Corrêa era o proprietário do veículo utilizado para esconder as armas encontradas em um apartamento pertencente a Ronnie Lessa, acusado de ser um dos autores do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Durante a operação, foram executados um mandado de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão, abrangendo a cidade do Rio de Janeiro (RJ) e sua região metropolitana. Através do Twitter, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou a ação policial.
"Hoje a Polícia Federal e o Ministério Público avançaram na investigação que apura os homicídios da Vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves. Foram cumpridos um mandado de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão", disse o ministro.