Após quase dois meses da morte brutal de Ana Caroline Sousa Campelo, de 21 anos, em Maranhãozinho, cidade a 232 km de São Luís, a Perícia Oficial do Maranhão realizou nesta segunda-feira (15) a exumação do cadáver para novos procedimentos periciais, a fim de que o caso seja elucidado.
A exumação foi ordenada pela Justiça do Maranhão a pedido da Polícia Civil, que está conduzindo a investigação do caso. Segundo as autoridades policiais, o corpo de Ana Caroline foi sepultado sem a realização de qualquer exame. Os restos mortais da vítima foram transportados para análise forense em São Luís.
Conforme relato da Polícia Militar, a jovem teve a pele do rosto, couro cabeludo, olhos e orelhas removidos. Apesar de mais de dois meses terem se passado desde o falecimento, nenhuma pessoa suspeita de envolvimento no crime foi detida.
A Polícia Civil acredita que os exames a serem realizados no corpo da vítima podem contribuir para esclarecer o caso. Ana Caroline foi descoberta morta em circunstâncias cruéis no Bairro Novo, em Maranhãozinho, cidade situada a 232 km de São Luís, em 10 de dezembro. A PM foi notificada pelo tio da vítima, que reportou o desaparecimento da sobrinha. Segundo o tio, não identificado, Ana Carolina desapareceu a caminho do trabalho, e sua bicicleta e celular foram encontrados próximos à residência dela.
Os policiais militares iniciaram buscas na região para localizar a jovem, sendo informados por uma vizinha que ouviu uma mulher chorando na presença de um rapaz em uma motocicleta.
Entidades definem o crime como lesbofobia
Organizações de apoio à causa LGBTQIA+ e a ministra da Mulher, Cida Gonçalves, classificam o ocorrido como um caso de lesbofobia, caracterizado quando a morte resulta de um sentimento de ódio direcionado a lésbicas.
A ministra expressou seu lamento e indignação diante do crime brutal que tirou a vida de Ana Caroline Sousa Campêlo, de 21 anos, no último domingo, em Maranhãozinho, Maranhão, local para onde ela se mudaria com a namorada. Em suas redes sociais, a ministra afirmou que se trata de um crime de ódio contra as mulheres, especificamente lesbofobia.
Entretanto, a Polícia Civil não confirma, até o momento, que este seja definitivamente um caso de lesbofobia, mencionando que está investigando diversas possibilidades. A principal complicação na identificação da motivação do crime reside na ausência de suspeitos até o momento.
Lúcio Reis, delegado-geral adjunto operacional do Maranhão, declarou que a equipe está em contato direto com as comunidades de Maranhãozinho, Presidente Médici e Centro do Guilherme desde o dia do crime. A Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa permanece na região durante esta semana para apoiar a Polícia Civil local. Até o momento, nenhum suspeito foi identificado, o que dificulta a determinação da motivação do crime.