Peritos do Instituto de Criminalística (IC) e do Instituto Médico-Legal (IML) devem recolher nesta sexta-feira (6) material genético do casal Nardoni. A decisão é do juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do Júri de São Paulo. Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusados da morte de Isabella Nardoni, ocorrida em março do ano passado, devem ter material recolhido para ser examinado e integrar o processo criminal.
De acordo com a decisão do juiz, caso eles se recusem a fornecer sangue, foi determinado que os peritos recolham duas amostras de material genético, como mucosa da parte interna da boca ou bulbo capilar.
Anna Carolina e Alexandre estão em presídios de Tremembé, a 147 km de São Paulo. A Justiça garantiu o acesso da defesa do casal tanto à coleta quanto à realização do exame em laboratório. O material será comparado com amostras de sangue recolhidas à época do crime ? que seriam do próprio casal - e preservadas pelos institutos.
De acordo com o advogado Roberto Podval, o pedido para realização do exame partiu da defesa. Os advogados do casal Nardoni querem verificar a origem do sangue depositado no IC. Podval esclareceu, entretanto, que não quer que sejam retiradas amostras de sangue de seus clientes. Ele prefere que seja retirado material genético da mucosa da boca ou do cabelo. Auxiliares de Podval vão acompanhar a coleta do material.
O casal alega que não cedeu sangue para a perícia na época do crime, segundo seus advogados. O Ministério Público afirma o contrário: que sangue foi recolhido deles.
O promotor do caso, Francisco Cembranelli, explicou que o material coletado nesta sexta-feira será confrontado com as amostras que seriam de sangue do casal, armazenadas pelos órgãos públicos desde a morte da menina. ?Ele [juiz] determinou que fosse colhido o material para que fosse comparado com as amostras de sangue que o casal disse nunca ter fornecido?, afirmou Cembranelli.
Segundo o promotor, não há relação entre as amostras do casal com o sangue encontrado no apartamento. ?Eu nunca disse que o sangue encontrado no apartamento era de qualquer um deles. O sangue do apartamento é todo da menina?, afirmou Cembranelli. O sangue que teria sido recolhido na época do crime foi usado, de acordo com o promotor, para exames toxicológicos e uma comparação genética.
Em maio deste ano, o juiz havia determinado a preservação dos materiais genéticos arquivados no IC e no IML para ?assim permitir a realização de futuras diligências para comprovar suas origens, no futuro, se necessário?.