Carretas carregadas de combustível das empresas G8LOG e Moska Log, ligadas aos principais alvos da megaoperação contra o crime organizado, foram abandonadas em Camaçari (BA) nesta sexta-feira (29). A Polícia Militar foi acionada para a remoção.
As empresas, apontadas como fachada do esquema de Mohamad Hussein Mourad ("Primo") e Roberto Augusto Leme da Silva ("Beto Louco"), ambos foragidos, eram usadas para ocultar patrimônio e mascarar ativos.
A Moska Log atua de forma integrada à G8LOG, com mesma logomarca, telefone e frota registrada na Blue Star, transportando etanol e cana para usinas do grupo. A estratégia reforça a criação de camadas societárias para lavagem de dinheiro e blindagem patrimonial.
Imóveis e veículos da G8LOG são alvo de buscas e apreensões, enquanto a Moska Log é apontada como frente de expansão criminosa de Mohamad no setor de combustíveis. Segundo a investigação, o esquema bilionário de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis, era comandado por Mourad e Beto Louco.
A organização criminosa atuava em toda a cadeia de combustíveis, açúcar e álcool — de usinas a postos — envolvendo distribuição, transporte, refino, armazenagem e conveniências. Mohamad, apontado como “epicentro das operações”, usava empresas do setor para fraudes fiscais, lavagem de bilhões e ocultação de patrimônio, contando com familiares, sócios e profissionais cooptados.
No LinkedIn, se apresentava como CEO da G8LOG (transporte de cargas perigosas) e consultor do grupo Copape (formulação de gasolina). As investigações apontam que Copape e Aster (distribuidora de combustíveis) foram adquiridas por Mohamad e usadas em fraudes fiscais e lavagem de dinheiro.
O grupo “inflava” preços nas transações entre as empresas para sonegar impostos e obter créditos indevidos. Roberto, apontado como co-líder, geria Copape e Aster, usadas em fraudes fiscais e contábeis, falsificação de documentos e lavagem de capitais.
O esquema era dividido entre gestão operacional das usinas e gestão financeira/patrimonial, usando fundos de investimento e empresas de participações para ocultar recursos ilícitos. Não é a primeira vez que Mohamad está na mira do Ministério Público: em junho/2024 foi denunciado por sonegação de impostos e adulteração de bombas, obtendo lucros milionários.
Na época, ele controlava mais de 50 postos em nome de laranjas, praticando fraudes diversas. Desde 2018, já respondia por falsidade ideológica e fraude em bombas de combustível.
(Com informações do g1/SP)