Depois um mês de mistério, a Polícia Civil solucionou o caso do corpo encontrado esquartejado na orla da Lagoa da Pampulha, um dos cartões-postais de Belo Horizonte. A vítima foi morta a mando da mulher, cansada das agressões que sofria frequentemente. O casal tem uma filha de um ano.
Partes do corpo de José Carlos Alves, de 21 anos, foram encontradas às margens da lagoa no dia 13 de julho. Para executar o crime, Rita Gervásio contou com a ajuda do irmão, Aílton Gervásio, de 18 anos. O rapaz confessou ter cometido o homicídio.
— Matei porque ele batia na minha irmã demais e ameaçava minha família.
Com a ajuda de um amigo adolescente, o irmão de Rita colocou as partes do corpo dentro de sacos plásticos e em uma mochila e levou para a lagoa, que fica a pouco mais de um quilômetros da casa da família. Eles fizeram quatro viagens com a moto da vítima, carregando as sacolas.
Levada à delegacia, Rita disse que o marido havia saído de casa após uma briga. O comportamento da mulher chamou atenção da delegada Cristiana Angelini.
— Ela se mostrou muito fria, não chorou.
O crime aconteceu durante a madrugada. José Carlos estava na cama, dormindo ao lado da companheira, quando foi atacado pelo cunhado. Depois de ser espancado até a morte com uma marreta, a vítima foi colocada no chão e esquartejada no quarto do casal.
O menor de idade suspeito de participar do crime foi identificado pela polícia, mas está foragido. O irmão de Rita nega que ela tenha ajudado na execução. Os dois foram indiciados por homicídio, ocultação de cadáver e furto da moto da vítima, usada na fuga. A filha do casal, de um ano de idade, está com a família de José Carlos.