Bruno diz que vai assumir filho de Eliza, caso DNA comprove

Bruno disse que está com saudades das duas filhas e que seu sonho sempre foi ter um menino.

O goleiro durante audiência no Fórum de Contagem. | Divulgação
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O ex-goleiro Bruno disse que vai assumir "com maior prazer" a paternidade do filho de Eliza Samudio caso seja comprovado que o filho é seu, em entrevista concedida à Record, durante audiência no Fórum de Minas Gerais. A emissora não informou quando a entrevista, veículada neste domingo, foi realizada. Na quarta-feira, o advogado da mãe de Eliza afirmou que um exame de DNA confirmou que a criança é filha do atleta, mas o resultado ainda não foi oficializado porque depende da assinatura do médico responsável, que estava viajando. Eliza era ex-amante do atleta e desapareceu no dia 4 de junho.

Bruno disse que está com saudades das duas filhas e que seu sonho sempre foi ter um menino, "se for meu, assumo com maior prazer". Sobre a vida na prisão, Bruno disse que está sofrendo, que a vida na cadeira é igual a de "bicho" e que, nessa situação, "realmente bate a depressão". Ele afirmou que está confiante no andamento do processo, ao qual, ele e outros envolvidos respondem pelo desaparecimento e morte de Eliza. "Se acontecer alguma coisa, que seja para melhor". O atleta afirmou ainda que estava preocupado com sua mãe, que estaria sendo manipulada. "Vou esperar ela vir em uma visita desacompanhada para conversar com ela".

O caso

Eliza desapareceu no dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.

No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estava lá. A atual mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado.

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza seguindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho participou do crime e contou em detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em dois depoimentos, admitiu participação no crime. Segundo a polícia, o jovem de 17 anos relatou que a ex-amante de Bruno foi levada do Rio para Minas, mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Neném, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Todos negam participação e se recusaram a prestar depoimento à polícia, decidindo falar apenas em juízo.

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno responderá como mandante e executor do crime. Além dos oito que foram presos inicialmente, a investigação apontou a participação da atual amante do goleiro, Fernanda Gomes Castro, que também foi indiciada e detida. O Ministério Público concordou com o relatório policial e ofereceu denúncia à Justiça, que aceitou e tornou réus todos os envolvidos. O jovem de 17 anos, embora tenha negado em depoimentos posteriores ter visto a morte de Eliza, foi condenado no dia 9 de agosto pela participação no crime e cumprirá medida socioeducativa de internação por prazo indeterminado.

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