Dois brasileiros foram condenados à prisão perpétua no último dia 6 de março no condado de Orange, na Califórnia, pelo sequestro de uma brasileira e de sua filha de cinco anos. A sentença foi dada por júri popular.
Reynaldo Eid, que morava em Nova York, e Alaor Oliveira Jr., de Danbury, Connecticut, eram acusados de serem "coiotes" (traficantes que facilitam a entrada ilegal de estrangeiros pela fronteira entre México e EUA) e de terem tomado uma mulher de 24 anos de São Paulo e seu filho de 5 anos como reféns depois de tê-los introduzido ilegalmente no país em 2005.
O marido dela, que estava ilegal nos EUA, teria pago US$ 14 mil para os "coiotes" trazerem a mulher e a criança do México até sua casa, na Flórida, segundo a acusação.
Eid, de 49 anos, e Oliveira, de 55, foram presos em novembro de 2005, acusados de terem pedido mais US$ 14 mil pela libertação de mãe e filho.
A procuradoria informou que mãe e filho voaram do Brasil para o México, cruzaram a fronteira na cidade de Mexicali e foram passando de mão em mão até serem entregues a Eid e Oliveira, em um posto de gasolina de Costa Mesa.
Em vez de serem entregues ao pai e marido, ela e o filho teriam sido mantidos reféns em um hotel da cidade, onde o pedido de resgate foi feito.
Segundo a acusação, Eid e Oliveira fizeram ameaças e disseram à mulher que ela teria de trabalhar em Nova York até pagar a sua "dívida" caso o resgate não fosse pago.
O marido dela pediu ajuda a um amigo, que chamou a polícia. Os policiais então localizaram os sequestradores e fizeram a prisão quando eles tentavam fugir com as vítimas, segundo a acusação.
A cabeleireira Mary Aparecida de Souza Oliveira, de 49 anos, mulher de Oliveira, disse à Agência Estado que os brasileiros foram vítimas de uma emboscada. A sequestrada, segundo Mary, teria chamado a polícia e forjado o sequestro para criar uma situação que tornasse possível legalizar a sua situação nos Estados Unidos.
O cônsul-geral adjunto do Brasil em Los Angeles, Júlio Victor do Espírito Santo, informou que está em contato com os brasileiros presos e com seus advogados de defesa.