Adriano Forgiarini, de 37 anos, usou o celular da esposa, Jaqueline Rodrigues Pereira, também de 37, para enviar uma mensagem ao grupo da família minutos depois de matá-la a tiros. A informação foi confirmada pelo delegado Walcely de Almeida, da Polícia Civil do Paraná (PC-PR). Segundo a investigação, Adriano tentou forjar um assalto para encobrir o crime, que ocorreu em São Miguel do Iguaçu, no oeste do estado.
Ele foi preso por feminicídio na tarde de sexta-feira (26), em um hotel da cidade, 13 dias após a morte de Jaqueline. No dia 13 de setembro, às 5h31, uma mensagem com “bom dia povo” chegou ao grupo da família em nome de Jaqueline. Mas, segundo o delegado, ela já havia sido assassinada cerca de 11 minutos antes, às 5h20.
“Eles [familiares] acharam a mensagem estranha, porque ela não tinha o hábito de mandar aquele tipo de mensagem”, relatou Walcely.
O grupo de mensagens tinha sido criado para organizar a festa de aniversário da mãe de Jaqueline, marcada para o dia 14 de setembro, um dia após o crime.
As câmeras de segurança da casa confirmaram os horários. Apenas as imagens da varanda não foram apagadas, mas, pelo reflexo em uma porta de vidro, foi possível registrar a movimentação no local e áudios importantes.
“A partir da cena do crime, com informações da família e os áudios, concluímos que ele disparou na cabeça dela por volta das 5h20 da manhã, ainda na cama”, explicou o delegado à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná.
Jaqueline foi encontrada sem vida na área externa da residência, com um tiro na cabeça. Adriano apresentava ferimentos superficiais no peito, que o fizeram ser hospitalizado em estado grave, reforçando a versão de que ambos teriam sido vítimas de criminosos. A polícia, no entanto, concluiu que ele feriu a si mesmo para dar credibilidade à sua história.
Há suspeitas de que o corpo de Jaqueline tenha sido arrastado até a área externa da casa. A arma usada no crime foi encontrada na propriedade da família.
Desde o início, a investigação levantava dúvidas sobre o depoimento de Adriano. Durante quase duas semanas, testemunhas foram ouvidas e provas reunidas, até que sua participação no feminicídio foi confirmada.
Jaqueline havia se curado de um câncer de mama em março deste ano. Casada há 12 anos, deixa um filho de 11 anos. O caso é investigado como feminicídio por motivo fútil, e a motivação do crime ainda não foi revelada.