Bianca Toledo critica liberdade de marido acusado de pedofilia

'É uma loucura a Justiça desse país', afirmou Bianca Toledo

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A pastora Bianca Toledo classificou como “sem nexo” a decisão da Justiça de conceder liberdade ao seu marido, o também pastor Felipe Garcia Heiderich, preso desde a última terça-feira por suspeita de abuso contra o filho da religiosa, de 5 anos. Segundo o advogado de Felipe, Leandro Meuser, a medida ocorreu na tarde desta sexta-feira, atendendo a uma solitação da defesa e também do Ministério Público do Rio (MP-RJ), uma vez que a conclusão do inquérito pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), na véspera, suspenderia a necessidade da prisão temporária.

— É uma loucura a Justiça desse país. Estou conversando com os meus advogados. Minha única preocupação é com a minha segurança e a segurança do meu filho — desabafou Bianca , com a voz fraca, sem estender-se no assunto.

A liberdade foi concedida pelo juiz Paulo César Vieira Carvalho Filho, 17ª Vara Criminal, o mesmo magistrado que, anteriormente, havia decretado a prisão temporária de 30 dias. Ainda de acordo com o advogado, a soltura depende, agora, somente de trâmites burocráticos. Felipe, porém, não deve deixar o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, ainda nesta sexta-feira. A expectativa é de que ele saia da cadeia já no sábado.

— Sabemos que ele terá algumas medidas restritivas, mas não há necessidade de ficar preso — afirmou Leandro Meuser, acrescentando que um oficial de Justiça levará a decisão ao presídio ainda na noite desta sexta.

O empresário Renato Pimentel, pai da suposta vítima, também comentou a liberdade concedida ao suspeito. Renato, que mora em São Paulo, virá ao Rio para poder encontrar o filho.

— Não consigo fazer nenhum tipo de observação, porque não tenho conhecimento aprofundado dos fatos. Tudo o que soube foi pela mídia. Só estou focado em ir ao Rio para dar um abraço no meu filho — disse.

Na decisão, o juiz Paulo Cezar Vieira de Carvalho Filho determinou que Felipe Heiderich fique proibido de se aproximar da esposa e da criança, além de ser monitorado por tornozeleira eletrônica. O juiz aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público (MPRJ), que solicitou as medidas cautelares.

— Havia sido decretada a prisão temporária do acusado, que só vale durante a fase de inquérito. A partir do momento que o Ministério Público ofereceu a denúncia, o inquérito foi encerrado. Ressalto que o MP-RJ não pediu a prisão preventiva, mas somente medidas cautelares. Assim, determinei o monitoramento eletrônico e que o réu fique proibido de se aproximar da criança e da mãe — explicou o magistrado, por intermédio da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Rio.

Na quarta feira, dia seguinte à prisão, o senador e pastor Magno Malta (PR-ES) discursou em plenário sobre o caso. Ele classificou Felipe como "falso pastor", durante um pronunciamento feito em Brasília, e disse que foi pressionado por lideranças religiosas a denunciar o caso."O fato é que a pastora Bianca Toledo, casada com o senhor Felipe Heiderich, ela descobriu que esse pastor, falso pastor, estava abusando de seu filhinho de 5 anos de idade", disse o senador. Segundo Magno, Felipe, após saber que a esposa estava ciente dos abusos, tentou se matar e confessou ter cometido o crime.

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