A bebê indígena venezuelana Heilin Perez, de 9 meses de vida, morreu por intoxicação alimentar por meios não medicamentosos e agressões, segundo o laudo do Instituto Médico Legal (IML) divulgado nesta terça-feira (16). O falecimento, após um suposto ritual religioso, aconteceu na última sexta-feira, (12), no Hospital do Buenos Aires, zona Norte de Teresina.
Em entrevista ao Meionorte.com, Eduardo Aguiar, secretário executivo da Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (SEMCASPI), explicou que foi detectado que houve violência contra a criança - a situação de maus-tratos - e também foi identificado uma espécie de intoxicação por algum tipo de “chá”.
“Foi detectado que teve violência contra a criança, a situação de maus-tratos e também foi identificado um tipo de envenenamento por parte de algum tipo de chá; intoxicação alimentar por meios não medicamentosos, segundo o laudo do IML divulgado ontem. A gente está aguardando o parecer da Polícia Civil com relação ao caso”, adiantou.
O bebê e a família moravam em Belém (PA) e chegaram CSU (Centro Social Urbano) do Buenos Aires no dia 3 de novembro deste ano. A criança já estava bastante debilitada e com alguns hematomas no corpo. A família foi orientada a buscar os cuidados médicos, no entanto, buscaram inicialmente tratamento religioso.
No dia do fato, a mãe de Heilin, H.D.V, 13 anos, e a avó, Maria Perez, 41 anos, acusadas de maus tratos, foram encaminhadas pela Polícia Militar do Piauí para a Central de Flagrantes, a Gerência de Direitos Humanos e a equipe do I Conselho Tutelar as acompanharam. “A mãe e a avó seguem abrigadas no CSU durante o andar das investigações. Já a criança, ela foi enterrada no cemitério do Promorar e demos toda a assistência, tanto no velório quanto ao acesso ao terreno e a urna funerária”, completou o secretário.
Ainda de acordo com Eduardo Aguiar, técnicos da Semcaspi estão estudando formas de implementar entre os venezuelanos tratamentos medicamentosos, além de melhores práticas de higiene, para evitar outros casos como este.
“A gente está com técnicos estudando isso, estou entre eles, sou antropólogo. Estamos vendo estudos para melhorar a situação da cultura deles, para que seja implementado tratamentos medicamentosos, melhorias na higiene. Mas a gente sabe que é um processo diário, educativo deles”, finaliza.